APÓS AGRESSÃO
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Cíntia Chagas em foto publicada nas redes sociais; ela voltou atrás em fala sobre submissão
A influenciadora Cíntia Chagas admitiu que uma antiga fala sobre submissão feminina foi "infeliz". Ela foi às redes sociais nesta sexta (11) para agradecer uma coalizão feminista que prestou apoio à educadora no caso do ex-marido, o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP), acusado de ter cometido abuso psicológico, ameaça e violência doméstica contra a professora. O grupo de mulheres, contudo, já havia a criticado justamente pela fala sobre submissão --e voltou ao tema durante a nota de apoio.
“Cíntia, conhecemos bem o fenômeno da violência contra a mulher e o quão devastador ele é em relação à carreira e à vida pessoal das mulheres. Quando afirmamos que as mulheres não devem ser submissas aos homens, estávamos nos referindo a isso: não se submeter à injustiça, à indignidade, ao desrespeito. Nós respeitamos os homens, e eles devem-nos igual respeito", consta no texto, assinado pela Coalizão Nacional de Mulheres.
Em suas redes sociais, a palestrante repostou o trecho da carta e direcionou uma resposta ao grupo. "A atitude da coalização feminista foi bela, nobre e admirável. Em vez de me execrarem publicamente, deram-me apoio. Confesso que estou surpresa e emocionada... Senti-me abraçada. Muito, muito, muito obrigada", começou ela.
"Àquela época, quando eu disse que a mulher deveria se submeter ao homem, eu fazia referência ao ato de esperar o marido para jantar, à necessidade de o casal passar mais tempo junto. Apesar da minha boa intenção, a minha fala foi infeliz e suscetível a interpretações que contrariam a minha própria vida, uma vez que comecei a trabalhar aos 12 anos de idade", justificou, se desculpando em seguida.
Ela reiterou que é independente financeiramente desde os 23 anos. "Sempre coloquei o trabalho em primeiro lugar e tento, diariamente, mostrar a importância do estudo, da profissão e da dedicação para a mulher", arrematou.
A influenciadora, então, assumiu um compromisso: usar as próprias redes sociais como "molas propulsoras da autonomia financeira das mulheres".
A apresentadora terminou o relacionamento com o político bolsonarista em agosto. Eles estavam juntos havia dois anos, mas tinham firmado o matrimônio apenas três meses antes. Segundo o Portal Leo Dias, a professora relatou casos de agressão física e pediu uma medida protetiva contra Bove no início do mês passado.
Ela alegou estar em um relacionamento tóxico, além de acusar o ex-marido de ser um homem "possessivo, ciumento e controlador". Bove, no entanto, negou as acusações. "Hoje meu coração está ferido, jamais esperava isso de quem tanto amei e cuidei. Para começar: eu jamais encostaria a mão para agredir uma mulher", escreveu ele, em suas redes sociais.
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