TEMA SÉRIO
Reprodução/Instagram
Giovanna Pitel e Alane Dias se uniram para denunciar o PL 1904, que criminaliza o aborto
Apesar de estarem em lados opostos do jogo no BBB 24, Giovanna Pitel e Alane Dias entraram em acordo sobre um tema importante que está sendo debatido no Brasil: o Projeto de Lei 1904, mais conhecido como PL do aborto, que deseja criminalizar mulheres e médicos que interrompam suas gestações, mesmo em caso de estupro.
A bailarina, quarta colocada no reality show, foi a primeira a se posicionar contra o PL, com um vídeo compartilhado em suas redes sociais no fim de semana. Nesta terça-feira (18), foi a vez da apresentadora do Multishow gravar uma mensagem contrária ao projeto --usando sua experiência como assistente social para dar um ponto de vista diferente.
"O serviço social trabalha com a garantia de direitos, e é nessa perspectiva que eu quero falar. Quando a gente fala sobre projetos de leis e políticas públicas, a gente fala enquanto coletivo. Porque eu, individualmente, tenho as minhas próprias crenças. Mas uma política pública é feita, e um Projeto de Lei é feito pensando na coletividade", começou Pitel.
"E o PL 1904 é um retrocesso na garantia de direitos feminino. Nessa altura do campeonato, eu achei verdadeiramente que a gente estaria discutindo como tornar essa sociedade mais segura, como diminuir os números exorbitantes de violência sexual desse país, como tornar as casas, as escolas e as ruas mais seguras para mulheres, crianças, jovens e adolescentes."
"Eu achei verdadeiramente que a gente estaria caminhando pra frente, que a gente estaria falando sobre como a educação sexual é importante pra que a gente identifique os sinais do nosso próprio corpo, sobre como criar ambientes seguros de denúncia e como fazer com que a Justiça seja efetiva nesses casos", disparou a ex-BBB.
"O PL 1904 tira a voz das mulheres, ela tira o protagonismo da gente enquanto sujeito de direito. E o meu apelo é que a gente possa refletir por que a gente não está discutindo políticas que assegurem um lugar melhor. Por que a gente não tá discutindo projetos de lei que façam com que isso não seja necessário, que um aborto não seja necessário?", provocou a assistente social.
"Como garantir a segurança dessas mulheres para que elas não precisem fazer um aborto, para que elas não precisem passar por uma situação de violência? E não o quanto elas podem ainda ser punidas e mais punidas do que as pessoas que as violentaram?" disse ela, que finalizou: "O meu apelo é para que a gente reflita enquanto sociedade".
Na legenda do post, Pitel escreveu: "Enquanto assistente social, o meu trabalho também envolve a garantia de direitos, e é dessa perspectiva que eu quero falar sobre esse Projeto de Lei. É justo que a vítima seja revitimizada e criminalizada? que tenha uma pena de até 20 anos?"
"O PL 1904/2024 tem a intenção de tornar o aborto legal um crime com punição mais severa que o estupro e isso é um retrocesso no direitos conquistados neste país!", continuou.
"Que a gente possa num futuro próximo, discutir sobre progresso e direitos que melhor assegurem as meninas, mulheres e pessoas que gestão nesse país, mas enquanto esse momento não chega, se manifeste e vote contra esse retrocesso", compartilhou Giovanna. Veja o vídeo:
A bailarina Alane Dias comprou briga com bolsonaristas no fim de semana ao gravar um vídeo em que critica o Projeto de Lei 1904. A artista pediu para seus fãs fazerem a sua parte e mostrarem seu descontentamento com o texto. Ela começou a perder seguidores após seu posicionamento sobre o tema.
Na gravação, compartilhada em suas redes sociais, a ex-BBB explica didaticamente o que o PL 1904 representa para a sociedade. "[O projeto] proíbe que mulheres e crianças vítimas de estupro possam realizar um aborto. Vocês conseguem ver o quanto isso é grave? Esse projeto basicamente obriga que a vítima seja mãe do filho de um estuprador", começa ela.
"O aborto em caso de estupro no Brasil é direito da vítima, e esse Projeto de Lei vem justamente pra modificar uma lei que já existe; ou seja, algo que foi feito para amparar essas mulheres, agora visa criminalizá-las. A gente não pode deixar isso acontecer", ressalta a bailarina e atriz.
"Os políticos deveriam estar preocupados com os números assustadores de violência sexual que acontecem diariamente no nosso país, e não em criminalizar uma vítima. Até porque a pena de um estuprador é de até 10 anos, e de acordo com esse Projeto de Lei, a pena da vítima seria de 20 anos. Ou seja, a pena da vítima passa a ser maior do que a pena do estuprador."
"Em Belém do Pará, por exemplo, cinco crianças sofrem abuso sexual por dia. E, no Rio de Janeiro, os casos de violência contra a mulher dobraram nos últimos anos, e o estupro aumentou em 134%", cita Alane, que deixou todas as fontes dos seus dados na legenda do post.
"A aprovação dessa Lei é um baita retrocesso no direito das mulheres, e a gente pode contribuir para que isso não aconteça. Basta você usar o seu cadastro .gov ou se cadastrar direto no site e clicar em 'discordo totalmente'. Assim, a gente pode garantir que essas mulheres e crianças tenham os seus direitos resguardados, pra que esse PL não entre em vigor", ensina ela, que finaliza: "Criança não é mãe, e estuprador não é pai".
Segundo levantamento do Notícias da TV, a artista perdeu cerca de 40 mil seguidores ao compartilhar o vídeo. Desde então, ela recuperou pelo menos 20 mil --inclusive pessoas que não assistiram ao BBB, mas aplaudiram o posicionamento da bailarina.
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