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STEPHANIE LOURENÇO

Bi, ex-paquita teve sexualidade abafada nos bastidores e hoje acolhe fãs LGTBQ+

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A atriz e diretora Stephanie Lourenço fala sobre a vida como paquita ao Conversa com Bial

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DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 20/10/2024 - 8h10

A atriz e diretora Stephanie Lourenço ressalta que, desde a época em que integrava as paquitas, sempre teve orgulho de ser uma mulher bissexual. Ela não esconde que sofreu um processo de "abafamento" durante a sua passagem pelo grupo, entre 1999 e 2002 --mas, hoje, ressignifica essa história ao acolher e também ser acolhida pelos fãs LGBTQIA+.

"Eu era muito corajosa e tinha muito orgulho da minha sexualidade nessa época, mas essa coragem foi abafada nos bastidores e também pela sociedade. Então, me reprimi durante 20 anos até me reencontrar e hoje sentir a potência de poder viver a minha verdade", diz a artista em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

Assim como Xuxa, as paquitas sempre integraram o imaginário da comunidade LGBTQIA+ e, hoje, Stephanie percebe que falar publicamente sobre a sua sexualidade acabou a aproximando dos fãs:

Eles me acolhem também. Recebo muitas mensagens dos fãs me contando de uma maneira muito sensível como foi importante para eles eu ter me assumido. Muitos desabafam comigo e dizem que ter uma paquita LGBT ali, mesmo tímida, foi importante para eles. É o que a representatividade faz, por isso é tão importante. Eu me sinto honrada.

A intérprete lamenta que o grupo, por outro lado, também tenha se tornado um símbolo da falta de representatividade na televisão no início dos anos 2000. "Tenho noção que causamos dor a crianças racializadas que não se sentiram representadas e foram excluídas dessa experiência. Isso é muito sério e não seria reproduzido em 2024. Ainda bem", observa.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Stephanie com Xuxa na Globo

Olhar para o passado

Stephanie integrou o grupo durante uma etapa crucial para a sua formação como ser humano, dos 11 aos 14 anos. "Hoje, eu tenho consciência do quanto eu era jovem, mas na época me achava muito adulta e madura. Não tinha muita noção", relembra.

O documentário Pra Sempre Paquitas, do Globoplay, foi uma oportunidade de olhar para si mesma de uma maneira mais clara:

Sinto muito orgulho da menina corajosa que eu fui, que saiu de sua vida segura atrás de uma aventura no Rio de Janeiro. As lembranças foram agridoces, sim, mas hoje, com mais distanciamento e com um olhar diferente, consigo analisar melhor as experiências negativas com maturidade. E foi muito bom celebrar as boas lembranças.

A produção foi a oportunidade para Stephanie resgatar laços importantes da sua adolescência. "Foi algo muito potente. Às vezes, nós nos distanciamos de quem somos e o que vivemos de significativo, mas estar com elas e com todos que fizeram parte dessa história foi importante demais para mim, e acredito que para todos nós", filosofa.

E também olhar para o futuro

Hoje, Stephanie é uma voz ativa nas redes sociais para quebrar tabus sobre a bissexualidade e também tem uma atuação importante para desmistificar o veganismo. Ela ainda atua por trás das câmeras e está se desafiando na produção de um curta-metragem.

É algo bem inicial ainda, mas que me deixa muito empolgada. Acho que a experiência como atriz é uma bagagem a mais e bem importante para uma diretora, porque você já vivenciou o outro lado. Mas ainda tenho que aprender muito para me tornar uma diretora. Mas sei que se isso virar algo concreto no futuro, lidarei com os atores que estarei dirigindo com um olhar mais próximo e empático. 
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