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FINAL É HOJE!

Favorita, Paula merece ganhar o BBB19? Ex-participantes negros dizem que não

FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Polêmica, a finalista Paula é alvo de críticas por comentários considerados racistas no Big Brother Brasil 19 - FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Polêmica, a finalista Paula é alvo de críticas por comentários considerados racistas no Big Brother Brasil 19

CADU SAFNER

Publicado em 12/4/2019 - 5h39

Atualização ->Paula é a campeã do BBB19 com 61,09% dos votos; foi justo? Vote na enquete

Favorita ao prêmio de R$ 1,5 milhão do BBB19, Paula von Sperling já causava polêmicas no reality antes mesmo da discussão que resultou na expulsão de Hariany Almeida, na quinta (11). Acusada de declarações racistas, a mineira é alvo de uma investigação na Polícia Civil por intolerância religiosa. O Notícias da TV conversou com ex-participantes negros do Big Brother Brasil, que desaprovam o sucesso da bacharel em Direito.

Dentre as falas controversas de Paula, estão comentários sobre temas como cotas, humor negro e racismo reverso. No caso de intolerância religiosa, ela passou a ser investigada pela Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) do Rio de Janeiro após dizer que tinha medo de colocar Rodrigo França no paredão "porque ele mexe com esses treco, de Oxum deles lá".

Depois de saírem do confinamento na semana passada, Rodrigo e Gabriela Hebling se uniram para denunciar a fala da finalista às autoridades. Para Roberta Freitas, sétima eliminada do BBB17, a atitude dos ex-participantes foi correta.

"Eu faria o mesmo. O Rodrigo deve ter levado um baque muito grande, não tinha dimensão de tudo que Paula falava. A Globo já deveria ter tomado uma atitude. Paula é uma advogada, uma menina que estudou e que não tem o mínimo de noção, 'paga de louca'. Ela é um reflexo da nossa sociedade racista", dispara.

Em março, a Globo foi acusada de proteger Paula. Além de não exibir todas as declarações que geraram polêmica nas redes sociais, a emissora também manteve a mineira no confinamento mesmo após o início da investigação por intolerância. Na ocasião, a Globo informou que a decisão de ouvir a mineira só depois que ela fosse eliminada partiu da própria Polícia Civil do Rio de Janeiro.

"Eu acho que o BBB deveria se responsabilizar por tudo que ela [Paula] está falando e fazendo. Estão fingindo que não está acontecendo nada", opina Roberta.

Solange (à esq.), do BBB4, e Roberta, do BBB17: opiniões diferentes sobre falas de Paula


Racismo ou desinformação?

Solange Cristina, a Sol do BBB4, avalia que Paula não teve a intenção de ofender ninguém. "As palavras nesse novo tempo em que estamos vivendo têm um peso maior. Eu vi os comentários e eu achei que não foi de uma maneira pejorativa", conta ela, que ainda relembra um episódio de sua edição, quando tretou com Marcela de Mello e foi chamada de "burra, ignorante e pobre" pela adversária.

"Protagonizei uma briga, e o jeito que a pessoa falou comigo foi de uma maneira maldosa, pejorativa", afirma ela, que hoje é formada em Artes Cênicas, estudou inglês e faz trabalhos no teatro e na televisão.

Para Marcos Aurélio Viegas, do BBB18, Paula reflete o Brasil atual. "Essa participante não tem várias informações, talvez porque não tenha interesse. Talvez as pessoas com quem ela conviveu não tenham a sensibilidade de trocar essas informações. Ou também ela não se viu com a necessidade de procurar isso", analisa.

Ronan de Oliveira, do BBB16, acredita que a montagem do elenco feita pela Globo tem interesse puramente comercial e de busca da audiência, e que a maneira como isso é feito prejudica os participantes negros:

"Fazem de propósito, colocando ignorantes contra ativistas, porque podem aproveitar um pouco do black money [dinheiro] do povo afro, que acredita estar sendo representado em um jogo justo".

Os ex-BBBs Viegas (à esq.) e Ronan foram dois dos 46 participantes negros do reality show 


Big Brother branco

Dos 18 participantes selecionados para o BBB19, cinco eram negros --é o maior número de todas as temporadas do programa. Nenhum deles chegou à final. Na história do Big Brother Brasil, são 235 participantes brancos contra 46 negros.

"Sempre foi muito nítido que negros são a minoria nos programas, nos cargos importantes nas empresas, nas faculdades e em vários outros lugares. E é muito estranho isso, porque no país que a gente vive, mais da metade da população é negra. Mais uma vez, eu sinto que o programa reflete o que a gente vive na sociedade. É uma falta de racionalidade sobre o tema", avalia Viegas.

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