Globo volta com Libertadores após 3 anos, mas sem poder de mandar em tudo

Três anos depois de rescindir o contrato da Libertadores e causar uma reviravolta nos direitos esportivos da TV brasileira, a Globo retomou os direitos da competição de clubes mais importante da América do Sul. Mas não da mesma forma: quem vai mandar de fato é a Disney, que pagou mais e vai ter duas escolhas exclusivas de times brasileiros antes de todo mundo.

A mudança pode prejudicar a líder de audiência. Na fase de grupos, que começa em abril, a Globo vai selecionar os jogos depois da ESPN.

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Ou seja: se o canal esportivo da empresa de Mickey Mouse optar por Flamengo e Corinthians na primeira rodada, a sua estreia será sem os dois times de maior torcida do Brasil. A Globo ficará com as outras opções.

No mata-mata, a líder da TV aberta terá direito a mostrar um jogo para todo o Brasil. A emissora decidiu colocar os jogos nas noites de quarta, seu dia mais tradicional --o SBT havia optado pelas terças. Luís Roberto narrará a maior parte dos confrontos, em um revezamento com Cléber Machado.

Retorno

Em 2020, a Globo rescindiu um contrato de US$ 60 milhões (R$ 325 milhões, na cotação atual) pela cobertura da Libertadores, alegando não ter condições de arcar com o compromisso por causa da crise financeira. A emissora de Silvio Santos assumiu o contrato na TV aberta da Libertadores.

Irritada com a Globo, a Conmebol processou a emissora e pediu uma compensação por perdas e danos. Além disso, a empresa ficou impedida de comprar torneios realizados pela confederação. A Copa América de 2021, por exemplo, que teve a Argentina como campeã, foi transmitida pelo SBT.

Em outubro de 2021, Conmebol e Globo fizeram um acordo extrajudicial e voltaram a ser parceiras comerciais. A emissora paga US$ 40 milhões (R$ 217 milhões) em parcelas pela quebra do vínculo. Em contrapartida, conseguiu retornar para a briga por direitos de eventos da entidade.

Foi assim que a líder entrou na licitação da Libertadores. Para recuperar o acordo, ainda aceitou exibir os patrocinadores da Conmebol e mostrar a final única, mesmo se ela não tivesse times brasileiros. O novo contrato da Globo começa vai até 2026.