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Jornada dupla

Globo obriga jornalistas a produzirem para a TV paga e ouve chiadeira de repórteres

Imagens: Reprodução/TV Globo

O correspondente Rodrigo Carvalho, da GloboNews, reporta atentado em Paris no JN do dia 20 - Imagens: Reprodução/TV Globo

O correspondente Rodrigo Carvalho, da GloboNews, reporta atentado em Paris no JN do dia 20

DANIEL CASTRO

Publicado em 27/4/2017 - 6h16

Diretor-geral de jornalismo da Globo, Ali Kamel determinou na semana passada que todo repórter e correspondente da emissora deverá produzir também para o canal pago GloboNews. A medida, comunicada em e-mail interno, também vale para os profissionais da GloboNews, que terão de trabalhar para a Globo quando solicitados.

Correspondentes e repórteres veteranos da Globo não gostaram da ideia e reclamaram à boca pequena, entre colegas e chefes imediatos. Argumentam que vão ter que trabalhar mais sem nenhuma compensação financeira, que ficarão mais tempo nas transmissões ao vivo e que, eventualmente, terão que fazer duas versões de uma mesma reportagem, para a Globo e para a GloboNews, o que pode precarizar a produção.

A ordem de "integração" entre as redações já começou a surtir efeito. Na última terça (25), o repórter Mitchel Diniz apareceu no SPTV 1ª Edição falando sobre roubo de motos em São Paulo. Foi a primeira vez em mais de cinco anos que um profissional da GloboNews emplacou uma reportagem no telejornal local. No mesmo dia, Michelle Barros, da Globo paulista, produziu um texto exclusivamente para o canal por assinatura.

Mitchel Diniz, da GloboNews, em reportagem sobre roubo de motos no SPTV 1ª Edição 

Entre os correspondentes internacionais, a produção de reportagens pela GloboNews para a Globo, que já era eventual, tende a se tornar frequente. Na quinta-feira passada (20), foi um repórter do canal pago, Rodrigo Carvalho, que entrou no Jornal Nacional retratando o tiroteio ocorrido na avenida Champs Elysees, em Paris.

Carvalho voltou a aparecer na Globo no domingo, na cobertura das eleições francesas para o Fantástico. Bianca Rothier, correspondente da GloboNews em Zurique, também colaborou com a Globo, que enviou seu correspondente em Londres, Pedro Vedova, para a capital da França.

O movimento contrário, de correspondentes da Globo trabalhando para a GloboNews, encontra resistência. O Notícias da TV apurou que a veterana Ilze Scamparini, de Roma, e Rodrigo Alvarez, de Berlim, foram os que mais reclamaram da nova determinação. Eles não participaram da cobertura das eleições na França no domingo.

Consultada, a Globo disse que "a integração e participação dos correspondentes nos dois canais não é recente" e que "é inclusive pedida pelos jornalistas". A emissora negou mal-estar com Ilze Scamparini e Rodrigo Alvarez, que teriam, por-email, lamentado "não terem conseguido entrar [na GloboNews] por questões internas".

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