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BRUNO LUPERI

Autor de Pantanal rebate críticas por não mudar final: 'Público tem que aceitar'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Bruno Luperi com expressão séria em entrevista ao Globo Repórter

Bruno Luperi em entrevista ao Globo Repórter; autor do remake de Pantanal vem sendo criticado

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 16/9/2022 - 7h55

Bruno Luperi tem sido criticado por não ter alterado os rumos de alguns personagens no remake de Pantanal. O neto de Benedito Ruy Barbosa, no entanto, defendeu que a novela das nove da Globo é uma obra fechada e que teve que ser planejada com bastante antecedência --o que dificultou mudanças na história. "O público tem que aceitar", disparou o escritor.

"As mudanças que foram feitas são da ordem de produção. Por exemplo, não conseguimos gravar tudo no Pantanal por conta da pandemia, de problemas de elenco, de acidentes internos... A gente tem que adaptar isso. Não é uma mudança de rumo. O rumo é este, a novela está estabelecida. É obra fechada, sim. Fiquei à disposição da direção e ainda estou, para alterar o que for preciso para a história acontecer", explicou o novelista.

"As pessoas não imaginam o trabalho que é fazer uma novela, ainda mais fora do eixo Rio-São Paulo. Lógico que o público está com aquela sensação de que uma canetada vai resolver a vida dele e mudar o curso de um personagem ou de outro. Mas eles não podem ser mudados. Não estou escrevendo capítulo com base no sucesso de um núcleo ou de outro. Estou reescrevendo situações porque não conseguimos gravar", completou ele em entrevista à colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

"Para a novela acontecer, uma cena precisa passar para outro cenário, as ações precisam acontecer de um determinado jeito... Tem questões comerciais que, para entrarem na novela, eu preciso mexer. Estou de plantão para ajudar. Se mudo aqui, muda todo um cálculo de produção que inviabiliza a novela. As pessoas precisam entender. Uma coisa é mudar um diálogo, tirar uma cena. Mas grandes rumos não podem ser alterados. O público tem que aceitar", defendeu o autor.

Os telespectadores protestaram muito após a saída de Trindade (Gabriel Sater) do folhetim e clamaram para que Luperi deixasse o violeiro ser feliz ao lado de Irma (Camila Morgado), já que o romance da ruiva com José Lucas (Irandhir Santos) não agradou tanto o público.

Se eu mostrar as mensagens que mandam, cada um tem uma solução para a novela, e uma é diferente da outra. A gente se sente dono. É como a Seleção Brasileira, um patrimônio público. Mas, no caso desta novela, infelizmente tem que ser assim. É uma adaptação. Se mudar, deixa de ser Pantanal. Meu compromisso é com a novela, é fazer a história acontecer. A saga dos Leôncio e dos Marruá é o grande arco central.

"As pessoas gostaram, assimilaram a obra e estão encantadas, ao ponto de quererem determinar o curso que ela vai seguir. Fico muito feliz, mas também triste, porque não dá para agradar a todos. Lá atrás, convidaram o Almir Sater para fazer Ana Raio & Zé Trovão [1990]. Foi uma curva de rio que não dá muito para desviar, no meu entendimento. Outra pessoa poderia fazer diferente. Poderia ser melhor ou pior. Fiz o que acreditei", afirmou o escritor.

"É mérito do Gabriel [Sater] também, do carisma que ele tem. Não é só um ator brilhante, mas um músico sensacional. O público ficou doido por ele. E a Camila é sensacional. É um casal que deu química, difícil de desfazer. Mas a vida é assim. Casais são desfeitos. Vamos ver até o final. Eu considero que as decisões que podiam ser tomadas foram tomadas. É muito mais confortável olhar de fora e apontar", alfinetou.

Apesar da resistência em alterar a maior parte da história, Luperi fez uma mudança na vingança de Tenório (Murilo Benício) contra Alcides (Juliano Cazzaré). Diferentemente da primeira versão do folhetim, o peão será estuprado pelo grileiro --e não mais castrado como em 1990.

Bênção do avô

O novelista revelou também que Benedito Ruy Barbosa não queria que sua trama ficasse diferente no remake: "Meu avô é um autor muito convicto do que escreve. Ele teve que conviver com o fato de que outra pessoa tomaria as decisões que no passado ele tomou. Isso não é fácil para um autor que sempre escreveu sozinho. Minha primeira ideia, quando recebi o convite, era discutir com ele".

"Primeiro, peguei a novela inteira. Imprimi tudo. Fiquei dois ou três meses lendo, anotando tudo. Vendo no que a sociedade mudou, todos os temas que dataram, a função que esses temas tinham dentro da história... Ele falava de Plano Collor, de caça ao jacaré, que era uma questão ambiental forte naquele momento. E de outras coisas que era universais e atemporais, que têm um frescor impressionante. Acabei isso tudo e fui conversar com ele."

"Ele falou: 'Não tem que mudar nada, a novela está pronta'. Eu falei: 'Então entrega e eu volto a escrever O Arroz de Palma'. Aí ele falou: 'Vai com o que Deus te deu, muda o que tem que mudar'. É difícil para ele. Ele se tornou o autor que se tornou e ganhou prestígio e sucesso porque foi pioneiro do gênero dele. Retrata o Brasil profundo", contou Luperi.

"Desde o momento em que a gente começou a conversar, ele me perguntou só isso, se eu confiava que ia dar certo. Falei que confiava. Ele falou: 'Vai com o que Deus te deu e assume'. Fiquei até chateado com ele. Ele falou: 'É o que eu faria no seu lugar. Senta e escreve no que você acredita'. Ele não me exigiu isso em momento algum, mas, por respeito, quis trazê-lo para o mais perto possível. Isso foi bem no começo. A gente estabeleceu que seria assim."

Ele ficou confortável, mas extremamente ansioso com resultados. Me ligava de vez em quando e, quando eu atendia, a gente trocava. Ele perguntava: 'Como está, o que está sentindo?'. Foi o que falei lá atrás: 'Mais importante para os meus filhos, os seus bisnetos escutarem isso do que foi para os seus filhos. É uma mensagem mais forte. Acho a novela brilhante'.

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