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WOOHOO

Canal 'copiado' pela Globo vai do surfe ao game em recauchutagem milionária

Divulgação/Woohoo

Jovens descolados e de cabelo colorido posam em cenário do canal Woohoo

Time de apresentadores do novo canal Woohoo, voltado para o público gamer e a geração Z

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 30/7/2023 - 8h30

Lançado em 2006 pelos surfistas Antônio Ricardo e Ricardo Bocão, o canal Woohoo foi pioneiro em toda a América Latina na cobertura de esportes radicais, em especial o surfe e o skate. Fez tanto sucesso com o público jovem que a Globo criou o Off, com a mesma proposta, cinco anos depois. Agora, as pranchas (no mar e no asfalto) estão cedendo espaço na programação para os games, indústria que movimenta bilhões de dólares todos os anos.

O foco no segmento de eSports é parte de uma "recauchutagem" do Woohoo. A holding Brickto Games fez um investimento de R$ 50 milhões para assumir o controle do canal e reposicioná-lo diante da nova geração. Para Marcos Gueibel, presidente do conselho da empresa e sócio da TV, trata-se de uma evolução natural da proposta idealizada pelos dois surfistas 17 anos antes.

"O Woohoo surgiu lá atrás para dar voz ao jovem na disrupção da época, que era surfar, andar de skate, como a MTV tinha feito com a geração anterior, com a exibição de clipes, uma linguagem diferenciada. A gente agora está de olho nos jovens disruptores da atualidade, com os gamers, os torneios de eSports, os streamers", explica o executivo ao Notícias da TV.

Gueibel aponta ainda a necessidade de furar a bolha. Skatistas e surfistas já conheciam o estilo de vida reverenciado pelo Woohoo, mas o canal apresentou aquilo tudo para quem estava fora do nicho. Agora, o processo é o mesmo.

"O Enrique Umhof, meu sócio, sempre diz que os games são uma indústria de bilhões, mas quando o pai dele abre o YouTube, só vai aparecer pescaria e paisagismo, porque é isso que o algoritmo entrega. Ele jamais vai saber da importância dessa indústria, porque foi travado pelo algoritmo. E não é só no YouTube, nas outras redes sociais acontece a mesma coisa. Nós queremos furar essa bolha, dar voz aos jovens, aos players profissionais."

Marcos Gueibel e Enrique Umhof, respectivamente sócio e CEO do Woohoo (Reprodução/Instagram)

Lançar um canal voltado para o eSports e para os jovens acende um trauma recente no público: a Loading (2020-2021), última a tentar alcançar essa turma, não chegou a completar um ano no ar. Questionado pela reportagem sobre os cuidados que a Brickto está tomando para não repetir a experiência fracassada dos donos da Kalunga, Gueibel é sincero.

"O nosso grupo é bastante sólido, atua em diversos segmentos da economia. Quando resolvemos entrar nesse projeto, foi tudo extremamente planejado. Sabemos que investimentos são necessários. Mas nossa maior aposta foi ouvir a comunidade: que tipo de conteúdo ela quer?", ressalta o executivo.

Desde o início, nós construímos alianças estratégicas com pessoas que já estão nesse mercado há bastante tempo, que já passaram por essa curva de aprendizado. E elas contribuíram bastante, desde a escolha do conteúdo que vai ser exibido até a definição dos horários da grade.

Sim, o Woohoo mantém uma grade linear de programação para honrar seus compromissos com as operadoras de TV paga. Mas também está de olho no conteúdo sob demanda e lançou um aplicativo de streaming para que os assinantes possam ver o que quiserem a qualquer hora --e isso inclui o acervo do canal, com muito skate e surfe, esportes que não serão abandonados.

"A TV propriamente é a terceira janela para o jovem, né? A primeira é o celular ou o tablet, a segunda é o computador. Então, nós precisamos estar em todos esses lugares, usando a TV como um braço desse ecossistema. Porque o jovem não tem mais o hábito de ver TV com hora marcada, ele só lembra se tiver um call to action na rede social para assistir a algo imperdível", teoriza.

"Então, nós construímos a várias mãos essa estratégia de como levar nosso conteúdo para a comunidade, para quem tiver interesse nessa programação. E ainda estamos construindo todos os dias. Fazemos ajustes na grade, nos programas, nos parceiros", diz Gueibel, que aponta que o canal também vai lançar apresentadores "anônimos":

"Temos um programa, o Woohoo Creators, com pessoas que têm menos de mil seguidores nas redes sociais, mas que são extremamente talentosas e carismáticas. Elas passaram na nossa seleção e vão virar âncoras. Eu acho que a comunidade vai gostar."

Para finalizar, o executivo ainda brinca que, apesar de estar há poucos meses envolvido no dia a dia do Woohoo, já mudou bastante sua relação com o mundo dos jogos.

"O Enrique Umhof é gamer fanático, eu e meu sócio [Henrique Guerra] nunca fomos tanto. Sou empresário, marido, pai de família, não dá tempo de fazer tudo (risos). Mas é muito bom estar num projeto em que eu consigo trabalhar e me divertir ao mesmo tempo. Estou achando incrível me conectar com esse público, aprender mais sobre os jogos, conhecer os torneios... O problema é que quanto mais eu aprendo, mais eu vejo que não sabia nada! Tem menino de 12 anos que faz em segundos o que eu demoro 15 minutos para resolver num game (risos)."

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