Musical animado da Netflix, A Jornada de Vivo é viagem deliciosa rumo ao amor

Principal estreia da semana na Netflix, o musical animado A Jornada de Vivo chega ao streaming nesta sexta-feira (6) cheio de expectativas por conta do envolvimento de Lin-Manuel Miranda, nome da vez em Hollywood e criador do premiado musical Hamilton. Com as canções escritas pelo astro, o longa se transforma em uma deliciosa jornada rumo ao amor.

A Jornada de Vivo entra para a lista de boas animações da plataforma, iniciada com o lançamento do indicado ao Oscar Klaus (2019). Depois, veio a elogiadíssima A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (2020), longa que permaneceu entre os mais vistos da Netflix em vários países --inclusive no Brasil.

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No caso de A Jornada de Vivo, o longa era uma produção da Sony que deveria estrear nos cinemas, mas a pandemia de Covid-19 atrapalhou os planos. Com a situação da crise sanitária indefinida, o estúdio vendeu os direitos para a Netflix ainda em 2020, aproveitando-se da necessidade da gigante do streaming de potencializar a sua biblioteca de filmes.

A animação conta a história de Vivo, um talentoso jupará (voz de Miranda na versão original) que é resgatado pelo músico cubano idoso Andrés (Juan de Marcos) quando ainda era pequeno. Em Havana, a dupla forma uma parceria de sucesso enquanto alegra as pessoas com performances musicais.

Quando uma carta de Marta Sandoval (a ícone da música Gloria Estefan), antiga parceira e paixão de Andrés, chega de Miami o convidando para assistir ao último show da cantora, ele enxerga uma oportunidade derradeira para se declarar. Uma tragédia, porém, abala seus planos, e o pequeno Vivo se vê encarregado de levar um recado de amor até os EUA. A mensagem? A última música escrita por seu amigo, há mais de 60 anos.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

A adorável amizade entre Vivo e Andrés

Para ajudá-lo em sua missão, Vivo tem o auxílio inesperado de Gabi (a estreante Ynairaly Simo), uma adolescente cheia de energia que adora tambores e é sobrinha distante de Andrés. Moradora da Flórida, Estado onde fica Miami, ela topa entrar na aventura que ultrapassa fronteiras.

Repleta de músicas cativantes, A Jornada de Vivo se torna uma experiência deliciosa ao acompanhar as desventuras da inesperada dupla rumo ao encontro de Marta Sandoval. Há uma energia positiva nos personagens, mesmo que algumas sequências sejam tão sensíveis que fazem até o mais bruto derramar lágrimas.

Cheia de cores, a animação encontra os seus melhores momentos nas canções de Miranda. De Havana a Miami, passando pelos pântanos da Florida até as luzes da cidade grande, o diretor indicado ao Oscar Kirk DeMicco (Os Croods) equilibra com perfeição as letras escritas pelo astro com o avanço na aventura de Vivo e Gabi.

A vibração em suas partes musicais é tão alta que faz os momentos sem canções parecerem incompletos. As animações 2D que marcam os flashbacks da vida de Andrés e Marta, recheadas com ritmos de jazz e mambo, são adoráveis e tão bem feitas que indiretamente acabam por diminuir as sequências de ação de longa.

A dinâmica entre Vivo e Gabi evolui de forma crível, sem precisar de situações forçadas para que o público compre uma parceira improvável. Falta paciência ao adorável jupará para aguentar a garota no começo, mas sua afeição vai crescendo durante a viagem de forma justificável.

Em sua essência, A Jornada de Vivo não é apenas uma viagem rumo ao amor. É um conto de encontro de amizade, aceitação e perdão, com toda a leveza que uma animação musical poderia (e deveria) apresentar.

Assista ao trailer dublado do filme: