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VIRGINIA FONSECA

Amamentar é uma escolha da mulher? Entenda por que o tema ainda é tabu

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Virginia Fonseca segurando sua filha Maria Alice no colo

Virginia Fonseca, mãe de Maria Alice, decidiu parar de amamentá-la e foi criticada nas redes

ISABEL MELLO

isabel@noticiasdatv.com

Publicado em 6/7/2021 - 6h20

A youtuber Virginia Fonseca deu à luz sua primeira filha, Maria Alice, em maio deste ano. Ela compartilhou com seus seguidores que não vai mais amamentar a bebê e, claro, fiscais da internet surgiram para dar pitaco na decisão da influenciadora sobre um tema que --não deveria, mas-- ainda é tabu. Afinal, amamentar é uma escolha ou uma obrigação?

A discussão na web ganhou repercussão principalmente porque Tatá Werneck saiu em defesa da mamãe novata. Um internauta, identificado como Edgar, afirmou não estar surpreso e atribuiu a decisão de não amamentar a uma suposta obsessão de Virginia pela "busca pelo corpo perfeito".

A humorista já havia desabafado sobre maternidade nas redes e decidiu rebater o comentário do usuário: "Você que sentiu a dor de amamentar?", questionou. Zé Felipe, pai de Maria Alice, também entrou em defesa da companheira e disse: "Não fala o que não sabe, seu otário".

Poder ou dever?

É inegável --e comprovado cientificamente-- que o aleitamento é primordial para a saúde do bebê e da mãe. "Evita morte infantil, evita infecções, diminui a incidência de obesidade e ajuda no desenvolvimento da face", enumera Luiza Helena de Arruda, médica pediatra formada pela Faculdade de Ciências Médicas de Pouso Alegre.

Ela ainda explica que o aleitamento reduz o risco de câncer de mama e de ovário na lactante. Entretanto, apesar dos proveitos, algumas mulheres podem sentir muita dificuldade para amamentar. "A pega incorreta [da mama] pode levar a lesões no mamilo, o que causa, além de dor, uma insegurança em relação à quantidade de leite ingerida pelo bebê", explica.

Segundo a pediatra, muitas mulheres ainda grávidas sonham com a amamentação. "Existe a ilusão de que a amamentação é uma coisa doce, mas, na verdade, é uma tarefa muito árdua", aponta. Luiza também mostra como essa expectativa pode frustrar a recém-mãe: "Quando ela não consegue amamentar, se sente culpada".

Portadoras de HIV, mães que tomam determinados anticonvulsivantes e outras internadas no pós-parto são contraindicadas ou impedidas de amamentar, casos em que a fórmula artificial é usada para nutrir o bebê.

Com exceção destes casos específicos, a pediatra entende que mulheres devem se sentir livres para escolher: "Se ela quer amamentar, é um direito dela; se ela não quer, também é um direito. O corpo é dela, e a gente tem que saber respeitar suas decisões".

Apoio e acolhimento

O julgamento na maternidade e as intromissões de terceiros em relação ao modo como se amamenta --ou se deixa de fazê-lo-- é corriqueiro na vida de muitas mulheres.

A lei nº 8.069, presente no Estatuto da Criança e do Adolescente, assegura o direito da lactante de amamentar em público. Mesmo assim, a sexualização ou ridicularização de mães quando precisam aleitar fora de casa insiste em se fazer presente. 

Em agosto do ano passado, por exemplo, a atriz Giselle Itié publicou uma foto amamentando seu filho e recebeu comentários de homens objetificando o seu corpo.

Segundo Luiza, no combate à pressão, à ignorância e às dificuldades enfrentadas pela mãe, só existe um remédio: o apoio da família. "A mãe tem o leite, mas quem amamenta é a família. Se a mulher não tiver o apoio familiar, se torna muito difícil", declara. Contra qualquer tabu, a médica traz à tona o real significado de amamentar: "É um ato de amor". 

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