FIM DA LINHA
Reprodução/TV Globo
Zeca Camargo à frente do Vídeo Show de 13 de janeiro de 2014: pior ano do programa no século
LUCIANO GUARALDO
Publicado em 9/1/2019 - 12h57
O Vídeo Show vai chegar ao fim na sexta-feira (11) após quase 36 anos na grade da Globo. O anúncio da morte do programa causou espanto: afinal, embora o vespertino não atravessasse uma boa fase na audiência, os números ainda estavam melhores do que os obtidos em 2014, quando Zeca Camargo comandou uma mal-sucedida reformulação.
No ano passado, o Vídeo Show teve média de 9,5 pontos na Grande São Paulo. Não é um índice a ser celebrado, mas ficou à frente das médias anuais de 2014 (8,8) e 2015 (9,1), e muito próxima da de 2016 (9,6) --nas duas últimas, contava com a apresentação da dupla Otaviano Costa e Monica Iozzi.
O diferencial é que, mesmo quando registrou audiência muito baixa, na época de Zeca Camargo, o vespertino ainda mantinha a liderança no horário. Em 2014, a Globo tinha mais de dois pontos de vantagem sobre a Record no horário; no ano seguinte, ocupou o primeiro lugar com 1,8 ponto à frente da segunda colocada.
O Vídeo Show fechou um ano na vice-liderança pela primeira vez em 2018: no confronto direto, perdeu para a Record por apenas um décimo. A emissora de Edir Macedo, embalada por A Hora da Venenosa, fechou o ano com 9,6 pontos. Na média mensal, as fofocas de Fabíola Reipert ocupam a liderança isolada desde agosto.
Para a Globo, perder audiência é um processo natural, já que ela agora enfrenta concorrência não apenas de outras redes abertas, mas também da TV paga e de serviços de streaming, como a Netflix. Mas, como tradicional líder de audiência no país, considera inadmissível ficar em segundo lugar. E isso causou o fim do Vídeo Show.
O fato de a imprensa transformar o programa de celebridades em um saco de pancadas também não colaborou para sua sobrevivência. Tampouco o fato de, em alguns dias do ano, ele ter sido superado não somente pela Record, mas pela enésima reprise de Chaves, o que derrubou a líder para o terceiro lugar.
Exibidos logo depois do almoço, os bastidores sobre as celebridades da própria Globo ocupam uma posição estratégica na programação. Uma audiência ruim nessa faixa derruba o ibope de toda a grade vespertina, e pode atrapalhar até as novelas.
A Globo acendeu o sinal de alerta de vez quando o mau desempenho do Vídeo Show começou a prejudicar outros programas. Em 23 de novembro do ano passado, por exemplo, nove atrações de sua grade perderam a liderança para Record e/ou SBT. Na quinta-feira seguinte (30), oito produções globais levaram a pior.
Confira levantamento do Notícias da TV com as audiências do Vídeo Show e de sua concorrência direta ao longo dos últimos 18 anos:
MÉDIAS ANUAIS DO VÍDEO SHOW E DA CONCORRÊNCIA
Ano | Vídeo Show | Record | SBT |
2000 | 14,5 | 5,0 | 12,0 |
2001 | 14,3 | 3,8 | 12,4 |
2002 | 15,3 | 2,9 | 10,3 |
2003 | 17,7 | 3,7 | 7,1 |
2004 | 15,8 | 3,4 | 9,5 |
2005 | 15,0 | 3,7 | 10,1 |
2006 | 14,9 | 4,7 | 9,2 |
2007 | 13,7 | 6,7 | 7,8 |
2008 | 12,1 | 6,9 | 7,1 |
2009 | 13,1 | 6,4 | 6,5 |
2010 | 11,7 | 6,9 | 6,4 |
2011 | 11,7 | 7,0 | 6,0 |
2012 | 10,4 | 6,1 | 5,7 |
2013 | 9,9 | 6,7 | 5,3 |
2014 | 8,8 | 6,7 | 5,4 |
2015 | 9,1 | 7,3 | 5,6 |
2016 | 9,6 | 9,1 | 5,4 |
2017 | 10,4 | 8,8 | 6,3 |
2018 | 9,5 | 9,6 | 7,1 |
Fonte: Kantar Ibope
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