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IMAGENS BRUTAIS

Tortura, neonazismo, mutilação: Fantástico escancara violência extrema em rede social

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Os repórteres Mônica Marques e Estevam Muniz enojados com vídeos violentos que circulam no Discord, em reportagem para o Fantástico

Os repórteres Mônica Marques e Estevam Muniz enojados com vídeos violentos que circulam no Discord

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 1/5/2023 - 10h18

Uma reportagem exibida no Fantástico do último domingo (30), dois dias antes da votação do PL 2630 (conhecido como PL das Fake News, que trata da regulamentação de mídias), deixou telespectadores estarrecidos. A matéria expôs comunidades extremistas da rede social Discord, em que integrantes exibem e incentivam práticas de extrema violência. O repórter Estevam Muniz ficou em choque e enojado com os vídeos que viu na rede, que incluíam demonstrações de neonazismo, tortura, automutilação, maus-tratos e assassinato de animais. 

A produção do Fantástico recebeu denúncias de ativistas de que práticas criminosas acontecem em grupos no Discord, sem que os responsáveis pelos atos sejam punidos. Os ativistas gravaram horas de material violento, e Estevam Muniz contou com a ajuda da repórter Mônica Marques, especialista em acompanhar grupos extremistas, para assistir aos vídeos e investigar os criminosos. 

O material é impactante pelo nível de sadismo e crueldade. A reportagem exibiu, por exemplo (com imagens pixeladas), uma jovem de 13 anos que agrediu um gato com chutes e tentativa de sufocamento, até que ateou fogo no animal, que morreu. Outras imagens de bichos mutilados, esquartejados e em situações de extrema violência foram encontradas. 

A matéria também descobriu fotos e vídeos de crianças e adolescentes exibindo símbolos do nazismo (como tatuagem de suástica) e sendo vítimas de tortura, além de participando de grupos de incentivo a violência nas escolas.

Há ainda vários vídeos de garotas sendo submissas, praticando automutilação, se cortando em regiões como genitália e pescoço e escrevendo os nomes dos "servidores" (como são chamadas as comunidades extremistas) com lâminas em suas peles. 

"As garotas são as vítimas mais frequentes. Quando os líderes de um servidor conseguem dados comprometedores, como fotos de nudez, nome real e contatos da família, é como se o quarto se tornasse um palco com todos os holofotes voltados para a vítima, que passa a ser chantageada a cumprir desafios", explicou Muniz.

Os grupos do Discord podem ser totalmente fechados e permitem que os membros façam transmissões ao vivo. Assim, crimes são incentivados, praticados e permanecem restritos àqueles participantes (a menos que alguém grave e compartilhe os vídeos em outras plataformas). Apesar de a plataforma ter regras e proibir manifestações de ódio e violência, essas diretrizes não têm sido respeitadas nestes grupos. 

"O que está acontecendo em tempo real é algo recorrente: desafiar alguém a praticar violência contra si ou contra animais, uma forma de divertimento cruel", relatou o repórter. 

PL 2630

No final da reportagem, Muniz ressaltou que, nesta terça (2), será votado na Câmara dos Deputados o projeto de lei 2630, que visa estabelecer regras para plataformas digitais.

A regulamentação, se aprovada, contemplará medidas como: regras de moderação e algoritmos; redução e prevenção de práticas ilícitas, como crimes de terrorismo, racismo e incitação a mutilação; e estabelecimento de pagamento pelo uso de conteúdo produzido por empresas jornalísticas. 

A Globo tem interesse na aprovação do PL 2630, especialmente por esta medida do pagamento a empresas jornalísticas por seus conteúdos disseminados nas redes sociais. Grandes grupos de mídia na Austrália e na França chegam a receber anualmente mais de R$ 230 milhões de remuneração por Google e Facebook, por exemplo.

Em relação ao Discord, no entanto, o advogado e professor Thiago Amparo ponderou que o PL 2630 não o inclui nas propostas de regulamentação de mídia. "Lembremos que o PL da fake news, na sua versão atual (25/04), exclui expressamente de sua regulação grupos fechados na internet como Discord (ou, nos termos do PL, provedores para 'realização de reuniões fechadas por vídeo ou voz')", declarou ele em seu perfil no Twitter.

Confira trecho da reportagem:

Reações do público às atrocidades

Após a exibição da matéria, telespectadores demonstraram choque e indignação com o que viram. Nesta segunda (1º), Discord estava nos trending topics do Twitter, com mais de 400 mil menções. 

"Absolutamente assustadora a reportagem do Estevan Muniz no Fantástico sobre a violência extrema (e 'recreativa') envolvendo crianças e adolescentes que circula em grupos do Discord no Brasil", disse o advogado Jeff Nascimento. 

"Em pânico com essa matéria do fantástico falando do submundo no Discord", comentou o influenciador Luscas. "Mãe sobre discurso de ódio no Discord e demais redes sociais: 'É como se simplesmente a gente deixasse uma criança ou adolescente solto no meio da rua, de madrugada, no bairro mais perigoso da cidade'", comentou o ativista Lázaro Rosa. 

Veja algumas das reações de telespectadores à reportagem:

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