Estreia em julho
Reprodução/TV Globo
José Roberto Burnier em reportagem no Jornal Nacional do último dia 11; ele vai para a Globo News
DANIEL CASTRO
Publicado em 23/5/2018 - 12h52
O telejornal "secreto" que José Roberto Burnier apresentará na Globo News irá ao ar das 6h às 9h da manhã e estreia em 16 de julho, um dia após a final da Copa do Mundo. Repórter especial da Globo, Burnier deixará o Jornal Nacional para comandar "um telejornal inovador, criativo, informativo", anunciou ontem (22) em e-mail interno o diretor-geral de Jornalismo, Ali Kamel, conforme antecipou o Notícias da TV em primeira mão.
No e-mail (leia abaixo), Kamel disse que não poderia dar mais detalhes sobre o programa "porque tudo ainda é segredo". As informações sobre a data de estreia e horário de exibição foram divulgadas nesta quarta (23) pela Comunicação da Globo.
O telejornal será produzido e transmitido diretamente de São Paulo, de segunda a sexta, e visa preencher uma demanda detectada em pesquisas realizadas nos últimos anos: o telespectador dos grandes centros urbanos, seja ele de TV paga ou aberta, está acordando mais cedo e busca informações, principalmente sobre trânsito.
O Notícias da TV apurou que o telejornal será ancorado de um novo estúdio da Globo News, com fundo de vidro, dando visão para a Redação da Globo de São Paulo.
Burnier, que já está trabalhando no novo projeto, vai continuar aparecendo no Jornal Nacional até julho. Ele foi escalado para cobrir a Copa do Mundo na Rússia, mas volta ao Brasil antes da final do torneio.
O jornalista está na Globo desde 1983. Começou no Globo Rural. Cinco anos depois, em 1988, passou a cobrir os principais assuntos do país para o Jornal Nacional. Entre 1994 e 1996, foi apresentador do Bom Dia São Paulo. Depois, foi correspondente em Buenos Aires.
A seguir, o e-mail de Ali Kamel sobre a nova função de José Roberto Burnier:
"Cris Piasentini [diretora regional de Jornalismo] costuma dizer que [José Roberto] Burnier sempre foi novidadeiro. Já conversamos a respeito e é com entusiasmo que ela me conta a história profissional dele. E eu fico encantado. Burnier nem tinha acabado a faculdade, já estava cobrindo a greve de trabalhadores rurais do interior de São Paulo, uma das mais longas e importantes paralisações do período final da ditadura. Inquieto, disposto, cheio de adrenalina, logo deu por concluída a etapa de estreia, na EPTV em Campinas, para desembarcar em São Paulo.
Era 1983 e o Globo Rural logo tratou de juntar a garra do jovem recém-chegado do interior às artes minuciosas de uma edição caprichada. Ninguém sabia, mas estava sendo lapidado um dos melhores repórteres que a TV brasileira já botou no ar.
Na Redação do Jornalismo da Globo na praça Marechal [Deodoro], onde chegou em 88, Burnier não teve tempo para pensar em mudança. Ou melhor, tudo mudava rápido, nem dava muito tempo para pensar nisso. Eram anos agitados no país e para um repórter sempre havia uma novidade: Assembleia Constituinte para escrever uma nova Carta, novas levas de eleitores votando pela primeira vez para presidente, novas moedas e planos econômicos se sucedendo, novas palavras entrando no dia a dia da redação e na boca do povo: overnight, mintchura, impeachment. Quem não se lembra?
Burnier participou de todas essas coberturas e muitas mais. Quando o país voltou aos trilhos e o noticiário sossegou, era hora buscar outras experiências. Burnier passou dois anos pulando da cama em plena madrugada para editar e apresentar o Bom Dia São Paulo, tudo ao vivo, como no dia do enterro do Ayrton Senna, que ele narrou emocionado.
Em 2004, novos ares. Burnier foi para a Argentina estrear no papel de correspondente internacional. Montou o primeiro escritório da Globo em Buenos Aires e de lá desdobrou-se na cobertura de toda a América Latina, assunto que continua até hoje na sua agenda de repórter. Mesmo na volta ao Brasil, nunca deixou de acompanhar o noticiário turbulento dos nossos vizinhos, como as idas e vindas na Venezuela, os mineiros soterrados no Chile e a deposição do presidente Manuel Zelaya, em Honduras.
Nos últimos tempos, é raro o dia em que seu nome não aparece no espelho do Jornal Nacional. E não é à toa. Como repórter experiente e atento que é, nenhuma matéria é menos importante, nenhuma informação é deixada de lado. Burnier está sempre atrás de uma fonte, de um assunto. E quando o tema é da área de saúde, a redação respira com alívio: Dr. Burnier sempre será o primeiro a saber.
Burnier tem um jeito próprio de contar as histórias que cobre, uma linguagem própria, de texto e de imagem. Sabe se colocar diante da câmara com um único objetivo: fazer o público entender melhor o que lhe é contado. É um talento, porque a espontaneidade está sempre a serviço da notícia. Quando vejo uma reportagem de Burnier, sempre me sinto feliz com o resultado. É uma opinião que muitos compartilham comigo.
De vez em quando algum repórter que está começando na profissão me diz que se mira no exemplo do Burnier (e eu penso sempre: esse repórter tem futuro). Nos últimos meses, ele se entusiasmou com a possibilidade de compartilhar suas apurações e seus talentos de repórter em outras plataformas, e foi um dos primeiros a perceber a importância da radicalização da integração entre TV Globo, GNews e G1.
E é para se manter fiel à sua sempre renovada busca por novidades que Burnier vai se dedicar, depois da Copa da Rússia, que cobrirá com o brilho de sempre, ao mais novo produto do Jornalismo da Globo, um telejornal, na Globo News. Será um telejornal inovador, criativo, informativo. E nós só tínhamos um nome para liderá-lo. Burnier.
Não dou detalhes do programa, porque tudo ainda é segredo. Mas como ele já está fazendo peças promocionais, como anda muito grudado com a News e, como depois da Copa, deixará o vídeo para se dedicar ao novo projeto, resolvi contar a novidade. Aguardem, vai ser um show. De informação, com a assinatura Burnier. Boa sorte a ele!
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