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SAUDADE

Tati Machado chora de soluçar no Saia Justa e se esforça para lembrar voz de pai morto

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Tati Machado está com os olhos marejados; ela usa uma blusa azul e brincos de argola dourados. O semblante está deformado pelo esforço das lágrimas no Saia Justa

Tati Machado no Saia Justa de quarta (11); ela falou sobre o pai durante o tópico 'recomeço'

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 12/9/2024 - 7h48

O tema recomeço, abordado no Saia Justa de quarta (11), foi especialmente duro para a apresentadora Tati Machado. Ela falou sobre como lidou com uma nova vida sem o pai, que morreu há três anos devido a um aneurisma cerebral. A jornalista disse encarar a saudade muito melhor agora, mas ressaltou que ainda tem momentos que não consegue se controlar.

Um deles aconteceu recentemente. "Esses dias eu estava tentando lembrar qual era a voz do meu pai. Qual voz ele tinha? Em algum momento eu falei: 'Poxa, eu não estou lembrando'", narrou ela, no programa do GNT. A repórter do Mais Você chorou muito quando lembrou das circunstâncias da morte. "Foi supertraumático. Eu encontrei o meu pai. Foi muito difícil", disse.

O programa girou em torno do tempo, passando por tópicos como "tempo perdido" e "tempo de tela". O recomeço foi o terceiro deles. Quando a palavra chegou em Tati, ela logo mencionou o pai.

"Para mim, essa palavra de tempo, de recomeçar, por exemplo... Ainda estou aprendendo como recomeçar, assim. Há três anos, meu pai morreu. Completou há pouco tempo, em julho. Eu ficava esperando esse momento. 'Em que momento que eu recomeço? Qual que é esse momento? E aí, chegou o recomeço? É aqui?' E aí eu comecei a pensar de outra forma, talvez, não de recomeço... Porque eu acho que, na verdade, eu continuei, sabe?", declarou.

Ela disse que não acredita ter recomeçado --pois, no fundo, o tempo com o pai não chegou ao fim dentro dela. "É que é muito duro ainda para falar do meu pai, eu ainda fico muito emocionada", interrompeu-se. "O meu pai teve o fim em relação a esse plano, assim. Mas eu não tive, de alguma maneira, porque eu estou viva nele e estou vivendo ainda. O tempo está aí, estou sendo devorada por esse tempo também de alguma maneira."

Quando vem isso, essa palavra de recomeçar, e o entendimento de que o meu pai morreu, de fato, mas um montão de outras coisas não tiveram fim dentro de mim. Porque eu sigo sentindo saudades, ainda mais agora que já tem três anos, ela já tá muito mais administrada, mas a gente não escolhe esse momento da saudade. 

Um exemplo de como o pai está presente é que, no Dia dos Pais, ela sequer considera a possibilidade de "não ter mais pai". O irmão mais velho dela chegou a dizer isso num grupo da família, mas ela o rebateu imediatamente. "Eles vão continuar sempre sendo nosso pai", arrematou. Os dois irmãos mais velhos da jornalista são frutos de outro relacionamento da mãe dela.

Aprendizado após a perda

Inspirada pelo relato da colega, Eliana Michaelichen também falou sobre a perda do pai, José Bezerra, em março deste ano. "Esse fim e esse recomeço sem ele foi muito difícil para mim. Está sendo, porque a gente está falando de poucos meses. Mas isso se reflete muito num aprendizado, porque eu estou com 50, e quando eu penso nesse tempo de recomeçar, nesse tempo de vida, e se a gente for pensar na média desse tempo de vida...", começou ela.

A ex-SBT disse pensar no tempo com um misto de tristeza, coragem e amor. "Tristeza porque eu estou no meio da vida, e eu quero ver muito meus filhos crescendo. Coragem, porque é o que eu sou, o que eu busco. No meu trabalho, na minha vida, pedindo sempre saúde para Deus para estar com meus filhos. Amor, porque a maturidade me ensinou a ser mais amorosa e poder expandir esse amor", explicou.

Ela disse que a despedida foi difícil, mas o aprendizado deixado por ele foi forte. "Ele deixou comigo tanta coisa, tanto significado do tipo 'filha, vai, aproveita, curte bastante seu filho, sua filha, viva intensamente'. Meu pai faleceu com 93 anos de idade, viveu bastante a vida dele. E ele passou os dois últimos anos morando na nossa casa. A gente perto", declarou ela.

O pai de Tati, porém, morreu aos 61 anos. "[Ele estava] no auge da saúde dele, prestes a se aposentar. Então, para mim, pensar no tempo que ele poderia ter... E não na parte egoísta, do que eu poderia viver, de que ele poderia estar me assistindo hoje aqui... No tempo dele", disse, aos prantos. 

Ela começou a soluçar e rir ao mesmo tempo, abalada com a situação. "Eu sabia já: 'Essa temática vai me ferrar'", confessou, sendo acolhida por Rita Batista. "Vou precisar de um colinho aqui. Foi muito difícil recomeçar sem ele na vida, né? Porque a gente trabalha aqui, em frente a tela, a gente às vezes se mostra, tipo: 'tá tudo bem'. Mas as pessoas às vezes não sabem o que está acontecendo por trás."

A situação foi ainda mais complicada porque Tati estava galgando posições profissionais quando tudo aconteceu. "Então, vieram questionamentos como, por exemplo, 'será que, para eu ganhar tudo, eu preciso perder?'", declarou. Diante das negativas das colegas, ela afirmou já ter superado isso.

"Não tem na minha fala aqui com vocês, mesmo chorando, não tem uma tristeza num lugar de triste, assim, porque eu tenho, de verdade, um pacto com a felicidade. Eu sou uma pessoa muito feliz, mesmo não tendo o meu pai aqui. Sabe o sentimento de saudade depois que a gente perde uma pessoa? Esse sentimento de saudade é sinal de que alguma existiu", finalizou.


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