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DIA DE FÚRIA

Sindicato acusa CNN Brasil de cometer irregularidades em demissão em massa

REPRODUÇÃO/CNN

Montagem com Monalisa Perrone à esquerda, Boris Casoy no centro e Sidney Rezende à direita

Monalisa Perrone, Boris Casoy e Sidney Rezende estão entre os profissionais demitidos da CNN

GABRIEL VAQUER e DANIEL FARAD

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 1/12/2022 - 22h11

O SJSP (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo) marcou uma reunião para apurar se a CNN Brasil realmente cometeu irregularidades nas demissões em massa desta quinta (1º). A entidade acusa o canal de não ter fornecido dados completos sobre os desligamentos e nem o número de profissionais afetados.

Em um dia de fúria, o canal de notícias dispensou todos os funcionários e desativou a sucursal do Rio de Janeiro. O corte ainda atingiu a sede em São Paulo, incluindo profissionais como Monalisa Perrone e Boris Casoy.

O sindicato se posicionou por meio das redes sociais, afirmando que dezenas de jornalistas perderam seus empregos em poucas horas. Procurada, a CNN não quis comentar.

"De acordo com informações coletadas com diferentes fontes, mais de 100 postos de trabalhos foram extintos nas diferentes praças da emissora", diz a nota.

Segundo a associação, a CNN também não teria atendido prontamente o pedido para uma reunião de emergência:

Assim, nos dirigimos à sede da emissora para cobrar explicações: como resposta, a CNN não forneceu a quantidade de jornalistas demitidos, mas afirmou genericamente que realizará os pagamentos das rescisões.

Um novo encontro foi marcado para apurar se ação da empresa realmente se configura como uma demissão em massa, o que acarretaria em irregularidades. Entre elas, também está a contratação de profissionais por pessoa jurídica.

"Neste caso, a empresa estava obrigada a dar ciência à entidade sindical sobre a intenção de demitir. O que não foi feito", diz o comunicado.

Leia a nota do SJSP na íntegra:

Nossa categoria provou por diversas ocasiões o seu papel essencial, exposta a ataques e agressões enquanto realizava o seu trabalho diante de ameaças antidemocráticas.

O "reconhecimento" que recebemos de nossos patrões é o arrocho salarial, a precarização e as demissões.

Neste 1º de dezembro, que marca a data-base da Convenção Coletiva de Trabalho para jornalistas que trabalham nas emissoras de rádio e televisão de São Paulo, sentimos na pele a (pouca) consideração das empresas com o nosso trabalho.

Logo pela manhã, o Sindicato dos Jornalistas recebeu informações de demissões na CNN Brasil: em poucas horas, dezenas de jornalistas que trabalhavam na sede da emissora (localizada na Avenida Paulista, em São Paulo) perderam seus empregos.

De acordo com informações coletadas com diferentes fontes, mais de 100 postos de trabalho foram extintos nas diferentes praças da emissora.

Solicitamos uma reunião de emergência, mas não obtivemos resposta. Assim, nos dirigimos à sede da emissora para cobrar explicações: como resposta, a CNN não forneceu a quantidade de jornalistas demitidos, mas afirmou genericamente que realizará os pagamentos das rescisões.

Teremos uma reunião com a CNN Brasil e iremos apurar se a ação da empresa não se configura como uma demissão em massa - neste caso, a empresa estava obrigada a dar ciência à entidade sindical sobre a intenção de demitir, o que não foi feito.

Nesta sexta-feira, o Sindicato organizará uma reunião com os profissionais demitidos para discutir coletivamente a questão e como poderemos agir diante disso.

Neste mesmo dia 1º também tivemos uma nova rodada de negociações com as empresas de rádio e televisão. Após apresentarmos nossas reivindicações, o sindicato patronal afirmou simplesmente que não teria condições de atender o pedido dos jornalistas apresentado em pauta.

Diante disso, não resta outra alternativa: precisamos nos unir, aumentar nossa organização e lutar. No início da tarde, estivemos na porta da Rede Globo para conversar com os colegas e distribuir nosso panfleto com as informações essenciais da campanha salarial.

Toda solidariedade aos jornalistas da CNN Brasil! A hora de lutar por salários, dignidades e emprego é agora!

Veja:

O que diz a CNN Brasil?

A CNN Brasil não vai comentar as acusações do sindicato. Em nota anterior, o canal manifestou "profundo respeito e gratidão" pelos profissionais que deixaram a emissora. O fechamento da sucursal do Rio se daria por uma mudança editorial --privilegiando São Paulo e Brasília.

Leia a nota da CNN na íntegra:

Em linha com a estratégia de fortalecimento do jornalismo, a coordenação da cobertura será concentrada em São Paulo e Brasília, duas praças que ganham relevância dado o contexto político e econômico nacional.

Em decorrência dessa nova lógica, a newsroom do Rio de Janeiro será desativada, sem prejuízo à cobertura. As mudanças incluem a readequação de programas, assim como da grade. O selo CNN Soft será remodelado para 2023.

Aos colegas que deixam a empresa, manifestamos o nosso profundo respeito e gratidão. A dedicação e o trabalho de cada um foram fundamentais para a construção e consolidação da CNN Brasil.

Decisões como essas exigem coragem, determinação e visão de futuro. As mudanças irão adequar a empresa ao novo cenário da indústria de mídia e abrirão espaço aos investimentos necessários para seguir entregando o jornalismo independente, relevante e de alta qualidade, marca registrada da CNN.

Este é o nosso compromisso com todos os colaboradores, com o mercado e com os milhões de brasileiros que confiam na CNN Brasil para tomar as melhores decisões.

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