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SEM AUDIÊNCIA

Sikêra Jr. enfrenta crise de ibope e vira problema de R$ 24 milhões para a RedeTV!

REPRODUÇÃO/REDETV!

Sikera Jr na RedeTV!

Sikêra Jr. no Alerta Nacional: programa tem crise forte de ibope e vira problema milionário

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 15/2/2023 - 6h35

Na RedeTV! desde janeiro de 2020, o apresentador Sikêra Jr vive a pior fase de audiência desde que estreou no comando do Alerta Nacional. Seu ibope não tem passado de 0,5 ponto na Grande São Paulo, mas a emissora não pode tirá-lo do ar e romper o contrato sem levar um prejuízo milionário. O apresentador tem vínculo até 2027.

Nos bastidores da TV de Amilcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho, a situação de Sikêra tem gerado questionamentos. O âncora ganha R$ 500 mil por mês (R$ 6 milhões por ano).

O apresentador ainda tem R$ 24 milhões para receber da emissora de Osasco. Mas há quem defenda uma tentativa de acordo amigável para estancar o prejuízo. A RedeTV! passará por mudanças neste ano na tentativa de melhorar a audiência, o que pode ser a desculpa perfeita para rever contratos. Hoje, a TV está atrás até da Record News.

O Alerta Nacional tem média de 0,4 ponto desde 1º de janeiro. É o pior início de ano da atração. Na segunda (13), por exemplo, Sikêra Jr. deu o mesmo ibope que o Leitura Dinâmica, o jornal exibido na madrugada da RedeTV!. 

Em 2020, o apresentador teve seu auge. Sua média anual foi de 1,6 ponto --alto para os padrões da emissora. O recorde desde a estreia foi em 26 de março de 2020, quando ele ficou à frente do Brasil Urgente pela primeira vez na Grande São Paulo. O programa registrou 3 pontos de média e 3,8 de pico. No entanto, naquele dia, a Band havia sofrido uma pane técnica que a tirou do ar.

No ano seguinte, houve queda, mas a audiência ainda estava alta para o patamar da RedeTV!: 1,2 ponto. Já em 2022, os números despencaram, e Sikêra fechou com 0,7 ponto durante todo o período. Além dos dados baixos na Grande São Paulo, o Alerta Nacional passou a ir mal em locais em que costumava se destacar, como Recife e Brasília. 

Na capital federal, onde já chegou a ser vice-líder em suas primeiras semanas, o programa não passa de 0,5 ponto. No PNT (Painel Nacional de Televisão), média das 15 principais metrópoles do Brasil que têm a audiência de TV medida pelo ibope, o Alerta Nacional alcançou apenas 0,3 ponto entre 30 de janeiro e 5 de fevereiro.

Com o resultado, o policialesco não figurou entre os dez programas mais vistos da RedeTV! naquela semana, ficando atrás de atrações como Encrenca, que já está cancelado desde o fim de 2022, e da reprise do programa O Céu É o Limite, comandado por Marcelo de Carvalho. 

O contrato de Sikêra Jr.

Se desejasse rescindir o contrato de Sikêra Jr., a RedeTV! teria um baque financeiro. Pelo acordo, a emissora precisaria pagar R$ 32 milhões para a TV A Crítica, que produz e gera o programa de Manaus (AM), e para o próprio apresentador. 

"A parte que der causa à rescisão unilateral antecipada, ou à rescisão fundada por descumprimento, incorrerá em multa equivalente a R$ 20.000.000 (20 milhões de reais), reduzida proporcionalmente ao tempo restante para a vigência convencionada, além do pagamento de 50% do valor dos salários restantes", diz o trecho do contrato que trata de rompimento.

Como Sikêra ganha R$ 6 milhões por ano, a multa correspondente à metade desse valor corresponderia a R$ 3 milhões anuais. O contrato válido até 2027 implica em R$ 12 milhões a mais para a RedeTV!, caso a emissora decidisse se livrar do Alerta Nacional. Essa quantia seria somada aos R$ 20 milhões.

A opção mais "barata" seria manter o salário em dia até o fim do contrato. Nesse caso, a emissora pagaria R$ 24 milhões para mantê-lo fora do ar.

Por contrato, também é vetado que a TV A Crítica faça "práticas que prejudiquem a imagem da RedeTV!, à sua audiência e às suas relações com seus anunciantes". Toda a produção do Alerta Nacional, inclusive salários de produtores e repórteres, é bancada pela TV A Crítica.

A RedeTV! só gasta com cachês de ações realizadas por Sikêra Jr. (15% do valor arrecado por publicidade) e banca a operação técnica de transmissão, além de arcar com despesas de repórteres que atuam fora da área de concessão da TV do Amazonas.

Nos lucros com publicidade, o contrato determina que a RedeTV! fique com 65%. Outros 25% ficam com A Crítica. E os 10% restantes são repassados para à MCZ PLY, de Sikêra Jr. É a empresa dele, inclusive, que arca com os custos de ações judiciais que o Alerta Nacional sofre, conforme estabelecido no documento assinado.

Em tempos de crise, o valor é considerado impagável para a RedeTV! e a TV A Crítica. Hoje, o mercado de comunicação atua por contratos mais enxutos justamente para evitar multas com valores impossíveis.



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