Sangue nos Olhos
Esther Linn/Invicta FC
A lutadora Hérica Tiburcio, retratada em Sangue nos Olhos, em disputa de MMA em Houston
JOÃO DA PAZ
Publicado em 7/12/2015 - 5h13
Um dos esportes que mais crescem no Brasil, o MMA vai ganhar em janeiro uma série documental no canal Esporte Interativo. Em 13 episódios de 20 minutos cada, Sangue nos Olhos mostrará uma realidade diferente daquela que se vê nas lutas transmitidas pela TV. Praticado em ringues instalados em academias e ginásios das mais longínquas cidades dos quatro cantos do país, o esporte já reúne dezenas de milhares de atletas amadores e semiprofissionais, que disputam competições que nem de longe lembram o glamour do UFC, a principal competição de MMA do planeta.
"Mostramos a vida de atletas que lutam pela sobrevivência. Quem está envolvido com o esporte é gente como a gente", diz o diretor Pedro Bronz, 41 anos, que fará pré-estreia da série nesta segunda-feira (7) no Cine Lagoon, no Rio de Janeiro, apenas para convidados.
Inicialmente, a ideia era filmar apenas no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Mas vimos que era impossível se limitar a isso", diz Bronz, que não pratica MMA (sigla em inglês para artes marciais mistas). "Daí, fomos para o interior do Ceará, de Alagoas. Viajamos o Brasil todo", conta. A jornada país afora proporcionou um painel da popularidade do MMA entre os brasileiros. "A partir dessas viagens eu tive a percepção de que [o MMA] realmente está expandindo”, afirma. "Nas cidades do interior, o esporte está bombando. Todo mundo vai ver as lutas. É uma coisa impressionante."
Luta pela sobrevivência
O primeiro episódio de Sangue nos Olhos faz uma introdução à história do MMA, modalidade de luta que se popularizou a partir dos anos 1990, como um vale-tudo organizado. A partir do segundo episódio, metade do tempo é dedicada aos lutadores anônimos a outra metade, às pessoas que trabalham nos bastidores do esporte, de organizadores de eventos amadores ou semiprofissionais a treinadores, passando por um árbitro que já comandou mais de mil lutas.
A equipe de Bronz acompanhou a rotina de seis lutadores, do início da preparação à grande luta. "Os caras treinam quatro, cinco meses para uma luta. Com uma vitória, sobem um degrau na carreira. Com uma derrota, descem dez. Não sabíamos se iam perder ou ganhar o combate que estávamos filmando. Era um drama, uma luta pela sobrevivência", conta.
Um desses atletas é a lutadora Hérica Tiburcio, que busca espaço no cenário internacional. A série mostra a preparação de Hérica para enfrentar a japonesa Ayaka Hamasaki pelo Invicta FC, uma espécie de UFC para as mulheres, disputado em julho deste ano. Hérica, que defendia o cinturão da categoria peso átomo, treinou no interior de São Paulo, mas lutou em Las Vegas (EUA).
Sangue nos Olhos é uma coprodução entre o Esporte Interativo e a TV Zero. Com material para três temporadas, Bronz diz que pretende, com a série, "quebrar os estigmas do MMA e mostrá-lo como um esporte, não apenas como uma luta sangrenta".
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