Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Threads
BlueSky
Instagram
Youtube
TikTok

Memória da TV

Sérgio Chapelin fracassa como animador e deixa SBT após um ano

Reprodução

À esq., Sérgio Chapelin no Show Sem Limite (SBT); à dir., na bancada do Jornal Nacional (Globo) - Reprodução

À esq., Sérgio Chapelin no Show Sem Limite (SBT); à dir., na bancada do Jornal Nacional (Globo)

THELL DE CASTRO

Publicado em 20/6/2014 - 22h16
Atualizado em 22/6/2014 - 6h16

RESUMO: Já um nome conhecido da Globo e considerado o melhor locutor do Brasil, Sérgio Chapelin aceitou proposta para se mudar para o SBT, em 1983. Lá, ganhou o comando do programa de auditório Show Sem Limite, em substituição a J. Silvestre. O apresentador ficou apenas um ano na atração. Insatisfeito com a estrutura do SBT, ele retornou à antiga casa, no ano seguinte

Com a imagem já ligada profundamente a programas da Globo como o Jornal Nacional e o Fantástico, Sérgio Chapelin, 73 anos, apresentou um programa de auditório no SBT, com direito a usar um microfone preso à gravata, igualzinho ao que é marca registrada de Silvio Santos. Mas sua incursão no mundo do entretenimento durou pouco. Ele esteve no comando do Show Sem Limite somente entre 1983 e 1984.

O contrato foi assinado em 13 de abril de 1983. Chapelin, na época considerado o melhor locutor do Brasil, deixou a Globo para ganhar seis vezes mais no SBT, algo em torno de 8 milhões de cruzeiros por mês. O apresentador ainda poderia atuar em comerciais, o que era vetado pela antiga casa _ e é assim até hoje, pelo menos, com os integrantes da equipe de jornalismo. Também seria a primeira vez, em 11 anos de carreira, que ele apareceria de corpo inteiro na televisão, o que foi comemorado por sua mulher, Regina, e bastante citado em reportagens da época.

A saída de Chapelin não foi bem aceita na Globo. Em polêmica declaração à revista Isto É, Armando Nogueira (1927-2010), então diretor de jornalismo da emissora, desdenhou: “Eu não sabia que esse cara era tão famoso”.

Na Folha de S.Paulo, Nogueira foi respondido duramente pela crítica Helena Silveira. “Agora na TVS, vai ser animador do Show Sem Limite, substituindo J. Silvestre, enquanto o senhor Armando pode ganhar um violento tutu, mas, para milhões de pessoas, é apenas um nome que passa rápido, após muitos outros, numa lista, ao final das edições dos telejornais”.


Anúncio de mídia impressa da estreia de Sérgio Chapelin no comando do Show Sem Limite

Audiência

A estreia de Chapelin no SBT aconteceu às 21h de uma terça-feira, 10 de maio de 1983. O programa foi sucesso de público e de crítica, liderando a audiência, com 35,3 pontos, de acordo com o Ibope. Na Globo, o Viva o Gordo, de Jô Soares, marcou 26, mesmo tendo recebido o horário da novela Louco Amor, com 49. Na Band, J. Silvestre registrou 7,3. Na segunda semana, nova vitória do Show Sem Limite.

Chapelin tinha quadros herdados de J. Silvestre, como homenagens ao estilo “Esta é a sua vida” e game shows de perguntas e respostas. Na atração, recebeu nomes como Gugu Liberato e Mara Maravilha.

Apesar de ter sido aprovado na função de animador e de obter excelentes números no Ibope, Chapelin não ficou muito satisfeito com o resultado e com a estrutura do SBT. À revista Veja, em janeiro de 1984, disse que ainda não era aquilo que ele queria. “Eu me pergunto até onde uma pessoa pode gastar o prestígio acumulado e até quando pode trabalhar em algo que não corresponde às suas aspirações mais profundas."

Além da insatisfação pessoal, existia a questão financeira. Mesmo ganhando bem, Chapelin não conseguia atuar em comerciais, que tiveram exibição proibida na Globo. E poucos anunciantes se dispunham a gastar fortunas em campanhas sem poder exibi-las na maior emissora do país.

Começaram aí as especulações de que deixaria a emissora. Ele cumpriu seu contrato de um ano e apresentou o programa até 1º de maio de 1984, mantendo os bons índices de audiência. Em 8 de maio, entregou o bastão para o veterano Murilo Néri, que passou a comandar a atração a partir dali. O programa, sem a mesma repercussão, foi extinto alguns meses depois.


Chapelin, em foto atual; desde 1996, o profissional está no comando do Globo Repórter

Retorno

Segundo Hamilton Kuniochi, editor do blog O Baú do Sílvio e apaixonado pela história do SBT, Chapelin tinha vontade de ser animador, mas o resultado não foi como ele esperava.

“Como na Globo ele não teria chance de trabalhar com isso, foi para o canal de Silvio Santos. Naquela época, o padrão que ele quis seguir era engessado, tipo um mestre de cerimônias, como Flávio Cavalcanti, Ney Gonçalves Dias e o próprio J. Silvestre. Ainda teve o problema do veto aos comerciais. Ele satisfez sua vontade e encerrou a experiência, voltando para o jornalismo da Globo”, comenta Kuniochi.

Chapelin estava de volta à antiga casa ainda em abril de 1984. Em maio, retornou ao Fantástico. Foi bem recebido, com direito a elogios do diretor do jornalístico na época, José Itamar de Freitas. Em 1989, voltou ao Jornal Nacional, fazendo, novamente, dupla com Cid Moreira. Ficou até 1996, quando assumiu o Globo Repórter, que comanda até hoje, aparecendo de corpo inteiro na tela.

LEIA TAMBÉM:

Apresentadora mirim do SBT vira 'mulherão' e busca emprego na TV

Globo esbanja luxo em O Rebu e faz cenário com 15 mil flores

Em Família: Helena e Luiza se reconciliam e choram abraçadas

Após exibir nudez em horário livre, TV do governo tira programa do ar

Rafael Cortez já cogita deixar a Record após voltar para a geladeira

Em Família: Clara e Marina planejam adotar uma menina


​► Curta o Notícias da TV no Facebook e fique por dentro de tudo na televisão

Mais lidas

Leia também


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.