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UM ANO NO AR

Sem 'sacanagem', Perrengue conquista mulheres e turbina ibope da Band

RODRIGO MORAES/BAND

Imagem de Angelo Campos, Tatola Godas, Dennys Motta e Ricardinho Mendonça, participantes do Perrengue na Band

Angelo Campos, Tatola Godas, Dennys Motta e Ricardinho Mendonça, elenco do Perrengue na Band

Perrengue é um termo utilizado para descrever situações de dificuldades na vida. Porém, contra a lógica da gíria popular, o Perrengue na Band turbinou a audiência da emissora ao longo do último ano e também fisgou um fiel público feminino. Para o elenco da atração, esses resultados foram conquistados graças ao respeito com o projeto e à decisão de fugir da "sacanagem" na TV.

"Descobrimos que quando colocamos notícias no programa, a mãe vinha, porque ela ficava cabreira. Ficava o pai na sala com o moleque, faltava mulher no programa. Quando incluímos um pouco de notícia, a mulher fica com a gente porque ela quer dar uma olhada no Fantástico, ela quer estar bem informada, trocar ideia no trabalho. Mostramos tudo para ela, do nosso jeito. Se for só na sacanagem, é homem e criança", explica Tatola Godas, titular do Perrengue, em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

Godas, Ângelo Campos, Dennys Motta e Ricardinho Mendonça eram os apresentadores do antigo Encrenca, na RedeTV!. No ano passado, eles deixaram a emissora de Marcelo de Carvalho e Amilcare Dallevo e foram para a Band com o Perrengue, projeto que reativou a linha de atrações de humor nos fins de noite de domingo, extinta desde o término do Pânico na Band (2012-2017).

Porém, enquanto o Pânico até hoje é lembrado pelas dinâmicas ácidas e por mulheres seminuas na TV --as inesquecíveis panicats--, o Perrengue foca em vídeos virais e situações inusitadas, sempre acompanhadas da narração dos apresentadores. Tudo isso para, segundo eles, não fazer um programa de humor, e sim um programa bem-humorado.

Segundo dados da Kantar Ibope Media, o Perrengue fez com que a audiência dessa faixa horária na Band crescesse 119% em São Paulo. Na principal praça do mercado publicitário do país, o programa aumentou em 28% a participação do público feminino, além de ampliar os telespectadores das classes AB em 28%, e a presença de pessoas de 25 a 34 anos em 57%. No Painel Nacional da Televisão (PNT), elevações nessas faixas de consumidores também são registradas.

Godas argumenta que um dos principais fatores para esse êxito é o respeito da equipe com o programa: "Acreditamos no que fazemos, não fazemos porque é bonitinho ou legalzinho. Acreditamos no nosso projeto de família, de juntar gente na sala, respeitar. Temos ideias o tempo inteiro, sempre buscamos novidades".

Não é porque apresento vídeo ou faço um negócio que me dá vergonha ou algum outro tipo de sensação. Tenho o maior orgulho de fazer o Perrengue na Band! Tem um caminho para isso, não fazemos nada que os outros fazem, fazemos tudo o que queremos, que acreditamos que trará resultados e que não vai fugir daquilo que gostamos.

"Temos um tempo conhecendo muito esse público que nos acompanha e, nessa ida para a Band, agregou muita gente pelo Brasil também. Começamos a ser mais conhecidos não só aqui em São Paulo, já éramos Brasil, mas ampliou demais. Recebemos muitas respostas de lugares que nem imaginávamos. A coisa chega, a vontade de dar uma risada ainda existe", destaca Ricardo Barros, diretor do programa, que complementa:

"São poucos programas bem-humorados pelas emissoras, como gostamos de falar que é o nosso. São quatro amigos que ficam falando sobre qualquer coisa. É muito divertido, acaba agregando todas as idades e todas as pessoas".

Por que Perrengue?

Como o antigo Encrenca tornou-se Perrengue? Entre risos, Tatola brinca que não pode contar a história, mas decide entregar os fatos: "Quando termina [o Encrenca], vou na Rádio 89, falo que o programa estava fora, que o projeto só ia terminar o mês. Quinze minutos depois, começam a me ligar e a notícia saiu; 45 minutos depois, o Cris Moreira [diretor geral de Comercialização do Grupo Bandeirantes] fala assim: 'Você está pronto para fazer o Perrengue na Band?'".

"Respondi: 'Cara, Perrengue é um puta nome do caraca'. [Moreira ordenou:] 'Então, desliga o telefone e vem para a Band agora'. Não deu uma hora de desempregado. E eu desliguei porque, se continuasse ligado, tinha ido para a Record. Recebemos uma proposta deles imediatamente depois da Band. Não aceitamos e ficamos na Band, porque achamos que ela era mais a nossa cara do que qualquer outra coisa, e o projeto era muito legal", diz.

"Foi engraçado porque fizemos o programa de despedida domingo a noite e na segunda, 10h, estávamos em reunião geral até o fim do dia e seguiu assim pela semana inteira", recorda Barros.

E além da equipe contratada pela Band, o Perrengue tem alguns "funcionários extras" em cargos essenciais: os filhos dos apresentadores. "Temos um trabalho de pesquisa muito grande, reuniões com os filhos para ficarmos atualizados. De gírias, textos, musicas, tudo o que está acontecendo. Os moleques se reúnem para nos dar as notícias. Estamos todos velhos, acabados, precisamos ficar ligados!", conta o titular.

Tatola assegura que o pagamento por essas consultorias ocorre na mesada dos adolescentes: "Pode ter certeza que chega! Os moleques: 'Ô, pai, você viu esse vídeo?'. Os nossos filhos, mano, o que está acontecendo no dia, na semana, você fica sabendo. Cada um estuda em uma escola, e eles têm essa informação do que está acontecendo no mundo da idade deles naquela hora, e aproveitamos muito isso".

Para as próximas edições, o programa pretende seguir os investimentos em novidades constantes. "Temos uma vinheta de estreia, toda semana tem que estrear um quadro, e estreia mesmo. Já pedimos mais de cem vinhetas de quadro desde quando chegamos lá, é inédito. É não parar de criar!", comenta Barros.

"Faço um programa na TV aberta para o país inteiro, sabe quando imaginei isso na minha vida? Nunca! Cheguei na TV com 50 anos, não tinha a mínima pretensão de fazer o que faço, e faço com a maior honra, orgulho. Não faço um programa de humor, faço um programa bem-humorado com o nosso time, pois somos péssimos humoristas", sentencia Godas. 


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