À espera do sinal verde
Carol Carminha/TV Globo
Selton Mello vai estrear como diretor na Globo com adaptação de conto de Machado de Assis
MÁRCIA PEREIRA, no Rio de Janeiro
Publicado em 4/1/2018 - 6h04
Atualizado em 4/1/2018 - 6h05
Herói e ao mesmo tempo vilão em Treze Dias Longe do Sol, minissérie que a Globo exibirá a partir de segunda (8), Selton Mello está à espera do aval da alta cúpula da Globo para dirigir um projeto na emissora. A sinopse de uma adaptação do conto O Alienista, de Machado de Assim, foi desenvolvida por ele em parceria com o autor Filipe Miguez, um dos responsáveis por Cheias de Charme (2012), sucesso na faixa das 19h.
"A conversa já está avançada. Nós desenvolvemos em formato de minissérie, e estou esperando eles darem o sinal verde para realizar o trabalho. Espero poder fazer logo porque Machado é um clássico. Eu tenho muitas ideias na cabeça. No caso de O Alienista, nós adaptamos, mas o roteirista principal é o Filipe Miguez. Eu e o Marcelo Vindicatto estamos colaborando", conta Mello.
Ansioso, ele afirma que não tem como dar uma previsão de quando estreará como diretor na Globo à frente desse projeto. "Estamos numa fila de espera para entrar em produção. É uma fila grande", avisa.
Enquanto isso não acontece, o ator se prepara para estrear na Netflix como um delegado da Polícia Federal em O Mecanismo, série de José Padilha sobre a operação Lava Jato.
Ele também está cotado para voltar às novelas em 2019, na primeira trama das nove escrita por Manuela Dias. O ator trabalhou com a autora em Ligações Perigosas (2016). "A Manu é muito talentosa, e eu celebro a estreia dela no horário nobre. Ela está madura para isso. Justiça [minissérie de 2016] foi incrível. Eu adoraria fazer, se a vida possibilitasse. Novela sempre esbarra no problema do tempo, é muito longo."
carol carminha/TV globo
Marion (Carolina Dieckmann) ficará soterrada com Saulo (Selton Mello) em nova minissérie
Pânico no subsolo
Por enquanto, o público poderá conferir o trabalho de Selton Mello em Treze Dias Longe do Sol. A minissérie tem dez episódios e mostra como a ganância do personagem dele muda a vida de um grupo de pessoas que ficam soterradas após o desabamento de um prédio em construção.
Engenheiro, Saulo cresceu rápido dentro de uma construtora porque é audacioso e ambicioso. Disposto a se tornar sócio da empresa, ele superfatura a obra de um centro médico. Os atrasos na construção fazem o dono do empreendimento, Dr. Rupp (Lima Duarte), pedir para sua filha, Marion (Carolina Dieckman), pressionar os construtores.
Só que Saulo e Marion tiveram um caso no passado, que terminou mal resolvido. Segredos antigos virão à tona durante o soterramento.
"Saulo quer ser sócio da construtora. Por conta disso, acaba fazendo a construção com mão de obra de barata, usando material de qualidade duvidosa. Isso acaba gerando a queda do prédio", adianta o ator. O grupo de soterrados, que inclui Saulo, Marion e alguns operários, fica preso no final do primeiro capítulo.
"A trama se passa basicamente entre a turma de cima e a de baixo. Nós, que estamos presos, lutamos para sobreviver. Os de cima também, mas de formas diferentes, querendo um colocar a culpa no outro por conta do que aconteceu", resume Mello. "Os de cima" são os administradores parceiros de Saulo na construção que desaba.
divulgação
O ator Selton Mello com o irmão, Danton, no lançamento do filme Superpai em 2015
Catastrófe pessoal
O ator explica que a série não foca na catastrófe, mas, sim, no drama dos sobreviventes e seus parentes que estão do lado de fora sem notícias. Ele diz que atuar na minissérie exigiu preparação física e que nunca tinha feito algo tão puxado fisicamente. Nas cenas, os atores estão sempre sujos, machucados e correndo perigo.
Como nunca ficou preso em nada, nem em elevador, Mello pensou muito no drama que seu irmão viveu quando sofreu um acidente áereo. Danton Mello, no ar atualmente em Pega Pega, estava viajando de helicóptero com uma equipe da Globo em 1998 na região do monte Roraima para fazer reportagem para o Globo Ecologia, e a aeronave caiu. Os sobreviventes só foram resgatados um dia depois.
"Muitas vezes, nesse trabalho eu pensava nele. Foi minha inspiração, porque ele viveu algo realmente pesado, e nós todos da família também. Por um bom tempo, achávamos que ele havia morrido, e ele sobreviveu. Foi encontrado no meio da floresta, e hoje está trabalhando, fazendo novelas", recorda-se.
Em Treze Dias Longe do Sol foi a primeira vez que Mello voltou a trabalhar com Carolina Dieckmann desde que os dois fizeram a novela Tropicaliente (1994). Todos os episódios da minissérie já estão disponíveis na plataforma Globo Play para quem quiser maratonar.
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