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CORTES NO JORNALISMO

Repórter Marcelo Canellas é demitido da Globo após 33 anos; saiba por quê

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Marcelo Canellas no Fantástico

Marcelo Canellas: Globo demite repórter premiado após 33 anos de emissora em dia de demissões

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 4/4/2023 - 17h19

Um dos jornalistas mais premiados da Globo, Marcelo Canellas foi demitido nesta terça (4) após 33 anos. Ele era repórter especial do Fantástico desde 2009, em que se dedicava a matérias sobre questões sociais no Brasil. Ele iniciou a carreira no Rio Grande do Sul, em que ganhou destaque na RBS TV –afiliada da líder de audiência no estado.

Segundo fontes do Notícias da TV, a saída dele já era esperada por causa do alto salário. Houve uma negociação nas últimas semanas entre Canella se Ali Kamel –diretor de Jornalismo da Globo– para que o desligamento não fosse tão "traumático".

O último trabalho dele no grupo foi o documentário sobre a tragédia da Boate Kiss, disponível no Globoplay.

Marcelo Canellas começou a carreira em 1987, em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul.  Ele foi para o Rio de Janeiro como repórter especial da Globo em 1990, cobrindo grandes momentos do país na redemocratização. Teve o rosto pintado por manifestantes que pediam o impeachment do então presidente Fernando Collor em 1992. A imagem repercutiu em todo o mundo. 

Em 1996, ele se consagrou por mostrar o Brasil profundo. Naquele ano, cobriu de perto o massacre dos sem-terra em Eldorado dos Carajás, no sul do Pará. Passou a realizar reportagens que mostravam a falta de alimentação em todo o Brasil, que pavimentaram o caminho para a série Fome, de 2001.

Exibida dentro do Jornal Nacional, Fome é o seu trabalho mais lembrado. Por causa dele, Canellas recebeu diversos prêmios, como o Ayrton Senna de Jornalismo, o Barbosa Lima Sobrinho, o Imprensa Embratel, o Vladimir Herzog na categoria de documentário e a medalha ao mérito da ONU (Organização das Nações Unida). Dois anos depois, em 2003, ele voltou aos lugares retratados pela série e mostrou que a situação pouco havia mudado no Globo Repórter.

Desde 2009, Canellas estava no Fantástico e tinha sede em Brasília (DF). Ao lado do repórter cinematográfico Lúcio Alvez, produziu matérias especiais, principalmente de cunho social, como a reportagem especial S.O.S. Infância, sobre violência e omissão de crianças no Brasil, exibida em 2013; e a série Quem é meu pai, que foi ao ar em outubro de 2014.

Além de Marcelo Canellas, foram demitidos nesta terça da Globo os repórteres Eduardo Tchao, Flávia Januzzi, Monica Sanches e Luciana Osório. Foram cortados ainda Elza Gimenes, Alba Mendonça e Arthur Guimarães, figuras importantes que trabalhavam nos bastidores. Novas demissões devem acontecer nos próximos dias em São Paulo e Brasília. 

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