TIAGO SCHEUER
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Tiago Scheuer no Bom Dia São Paulo; repórter ficou mais de 53 horas sem luz em sua residência
Repórter da Globo, Tiago Scheuer foi afetado pela falta de energia elétrica na capital paulista e ficou mais de 53 horas sem luz em sua residência. O profissional relatou os transtornos que enfrentou no Bom Dia São Paulo desta segunda (6). Morador da Vila Andrade, na zona sul da cidade, o jornalista gravou a comemoração generalizada dos vizinhos quando a Enel, concessionária responsável pelo abastecimento de energia, reestabeleceu a luz no bairro.
"A energia voltou na região só ontem [5], às 21h42. Eu fiz um cálculo rápido na hora que gravei esse vídeo, e foram 53h12 sem energia. Hoje, revendo as mensagens que mandei na hora em que acabou a luz em meio ao temporal, eram 16h10 [de sexta-feira]. Foram mais de 53h30 sem energia elétrica na minha região da cidade, na zona sul da capital", detalhou o repórter para o âncora Rodrigo Bocardi.
Scheuer contou que teve que tomar banho gelado, gastou todos os dados móveis do celular tentando contato com pessoas mais próximas e viu diversos moradores da sua região buscando por tomadas para conseguirem carregar aparelhos eletrônicos e celulares.
"Sábado, eu fui ao mercado logo depois do plantão, e eu pedi gelo. A atendente falou que eu era o décimo cliente que pedi isso em uma hora, e não tinha mais gelo. Os estabelecimentos perto também estavam indo buscar para tentar salvar alguma coisa", acrescentou sobre a situação caótica.
"Sem contar o pessoal que tem comércio, os mercadinhos, que trabalham com estoque sem muita margem. Tinha mercado liquidando coisas perecíveis na geladeira, pra não ter um prejuízo tão grande. Nossa situação acaba sendo muito pequena perto de todas as pessoas que perderam muito mais. O banho gelado não é nada quando comparado com a situação de desespero de muita gente", finalizou ele.
A Enel informou que o restabelecimento da energia elétrica em São Paulo está previsto apenas para terça (7). "Devido à complexidade do reparo e a necessidade de reconstrução de trechos da rede, com substituição de cabos, postes e transformadores, alguns casos podem levar mais tempo. A expectativa é normalizar o fornecimento de energia para a maioria dos clientes afetados até a próxima terça-feira", declarou a companhia em nota enviada à imprensa.
"A distribuidora está com uma mobilização total de equipes em várias frentes, como call center e operação, para esse atendimento e aumentou em mais de três vezes o número de profissionais em campo", afirmou.
Ricardo Nunes, prefeito da cidade, foi entrevistado pelo Bom Dia São Paulo para falar sobre a situação caótica do município após o apagão e quedas de árvores. "Situação realmente muito triste. Pessoas revoltadas, e a gente muito preocupado. Desde sexta-feira, por volta das 16h, rajadas de vento derrubaram duas árvores e a gente aguarda a Enel vir desligar [a energia] para podermos fazer a remoção e ela poder restabelecer a energia e a luz", relatou o político.
O prefeito disse que mais de 300 árvores caíram e causaram prejuízo na energia elétrica ou na movimentação em vias: "Já tivemos remoção de 172 árvores relacionadas à queda da energia ou que estão atrapalhando as ruas no trânsito. Estamos com 125 árvores nessas condições, aguardando a Enel fazer o desligamento de energia para que a gente possa atuar. Os dados que temos da Enel é de que foram impactados 1,4 milhão de consumidores, sem energia".
"Ontem, próximo da meia-noite, [foi relatado que] ainda temos 413 mil consumidores sem energias na cidade de São Paulo. Estamos aqui com todo o esforço, a gente ampliou as equipes, pessoal da Defesa Civil, das subprefeituras, para poder trazer a cidade de volta o quanto antes, mas em muitas das situações a gente depende que a Enel faça o seu trabalho para fazer desligamento para remover as árvores e restabelecer a energia", assegurou Nunes.
Nunes fez questão de ressaltar que a Enel não é uma companhia ligada à prefeitura, e que o órgão não tem inserção sobre suas atividades. "A Enel é uma concessionária do governo federal que tem uma agência nacional de energia elétrica que faz a regulação e fiscalização."
"Está marcado para hoje às 16h30 no Palácio do Governo uma reunião, para que a concessionária possa apresentar um plano de contingência. O que eles têm me falado da conversa com eles, é de que os profissionais que atuam para desligar a energia são profissionais muito especializados, que não tem uma quantidade para em uma situação dessa lidar com essa questão", explicou.
"Uma vez que sabemos disso, é preciso que eles tenham um maior número de funcionários preparados, equipamentos para uma situação dessa. Precisamos ter ações, porque essa questão das mudanças climáticas vai acabar tendo situações parecidas como essa de ventos fortes, chuvas com muita quantidade de água em pouco tempo, então a gente tem que se preparar. A prefeitura está se preparando e a Enel também precisa se preparar", pontuou.
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