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Produção em crise

Record paralisa Milagres de Jesus e faz mutirão para salvar a série

Divulgação

Cena de Milagres de Jesus: Record tenta evitar naufrágio da série, que está com produção paralisada - Divulgação

Cena de Milagres de Jesus: Record tenta evitar naufrágio da série, que está com produção paralisada

DANIEL CASTRO

Publicado em 9/1/2014 - 20h38
Atualizado em 10/1/2014 - 6h00

A Record está fazendo um mutirão interno para tentar salvar a série Milagres de Jesus, que estreia no próximo dia 22. Primeira grande produção independente da emissora, a série gastou em apenas oito episódios o orçamento de toda a primeira temporada, que deveria ter 18 capítulos. Cada episódio de Milagres de Jesus deveria custar R$ 1 milhão, mas os oito primeiros acabaram saindo por R$ 2,250 milhões cada um.

A produção está paralisada. Na véspera do Natal, três caminhões aportaram na emissora e levaram embora todo o equipamento que a produtora independente contratada pela Record, a Academia de Filmes, alugou para as gravações. No jargão dos bastidores do cinema e da TV, houve uma "desprodução", quando uma produção acaba. 

Mas, oficialmente, Milagres de Jesus não acabará nos oito episódios já gravados. A Record pretende voltar a gravar os dez episódios que faltam no próximo dia 27, depois de mais de um mês de interrupção.

Sem dinheiro "novo" para investir, a emissora está estudando o realocamento de recursos de outras programas e convocando profissionais de todas as áreas para trabalhar na produção, numa espécie de mutirão.

A Academia de Filmes, oficialmente, continuará na produção. Mas terá uma participação menor. Como não pode (ou não quer) colocar mais dinheiro na série, a Record irá utilizar equipamentos e pessoal próprios, substituindo os funcionários da Academia de Filmes dispensados no final do ano. A ordem é fazer o que for possível com recursos técnicos e mão de obra da casa.

O mais intrigante dessa história é que a Record detectou em outubro, dois meses antes da crise explodir, que o orçamento de Milagres de Jesus estava estourado. Mas, na época, não se fez nada porque não se sabia ao certo de quanto era o rombo, porque nem todos os episódios estavam roteirizados.

O rombo orçamentário de Milagres de Jesus teve uma outra consequência: nesta semana, Leandro de Assis Furtado de Oliveira foi nomeado diretor de Teledramaturgia, mesmo cargo já ocupado por Anderson de Souza. Numa espécie de intervenção, o RecNov, a central de estúdios da Record, terá dois diretores de teledramaturgia. Souza cuidará da parte artística e Oliveira, da financeira.

Outro lado

A Record nega que Milagres de Jesus esteja paralisada por causa da crise com a Academia de Filmes. Diz que a interrupção das gravações durante um mês já estava prevista.

Tanto a emissora quanto a Academia de Filmes afirmam que a parceria será mantida nos mesmos termos originais determinados em contrato.

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