Bolsa vadiagem
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Moradores da rua James Turner, em Birmingham; ambos são personagens do reality show Benefits Street
REDAÇÃO
Publicado em 21/1/2014 - 16h05
A rede inglesa Channel 4 está sendo acusada de sensacionalismo em um reality show. Benefits Street explora a vida de moradores de uma rua de Birmingham, a segunda maior cidade do Reino Unido, que vivem às custas do governo e dos benefícios transferidos aos mais pobres. Líder de audiência, o reality show tem cenas de uso de drogas e de desordem e passa a ideia de mau uso de recursos públicos.
Os participantes do reality, após a exibição do primeiro episódio, no dia 6 de janeiro, se manifestaram contra o teor do programa. Acusaram-no de ser tendencioso e enfatizar o lado negativo da comunidade.
O jornal Birmigham Mail ouviu alguns dos moradores da rua e um deles lembrou que "os produtores queriam fazer um reality sobre como a comunidade é unida e como nos ajudamos diariamente". "Mas o programa tem nada a ver com isso. Mostra pessoas vivendo nas ruas, se aproveitando dos auxílios governamentais e usando drogas. Apresentam os moradores da rua James Turner como escórias. Eles mentiram para nós e quebraram nossa confiança", reclamou a tutora Dee Roberts.
Cerca de 90% dos residentes na rua James Turner usufruem de bolsas assistencialistas.
O episódio exibido ontem (20) teve 5,2 milhões de telespectadores e foi líder no horário das 21h no confronto contra os concorrentes BBC e ITV.
Realidade Exagerada?
Richard McKerrow, dono da empresa que produziu Benefits Street, defendeu o reality. Em entrevista ao jornal The Guardian, McKerrow afirmou que o programa não demoniza os pobres. "É um retrato bem honesto e real do verdadeiro Reino Unido", argumenta. Ele afirma que as pessoas de Benefits Street não representam todos os britânicos usuários dos benefícios assistencialistas do governo. "Nosso foco é num grupo particular de personagens de uma rua na cidade de Birmingham", reforça.
O secretário de Emprego e Pensões, Iain Duncan Smith, foi ao Parlamento britânico na semana passada para se posicionar a favor dos benefícios e ressaltou que o reality justifica a ajuda governamental aos mais pobres.
As críticas surgem, em sua maioria, por cenas sensacionalistas apresentadas no reality. No primeiro episódio, por exemplo, um morador ensina como tirar os sensores antifurto que são acoplados nas roupas de lojas de departamento. Fora isso, há cenas de uso drogas e desordem.
O programa evidencia que as pessoas estão satisfeitas com os auxílios recebidos, sem fazerem nada para alterar essa situação. Philip Davies, membro do Parlamento e do Partido Conservador britânico, destacou que os participantes do reality usam os benefícios oriundos do dinheiro público para "fazerem tatuagens e comprarem cigarros".
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