'Ratinho dos Estados Unidos', apresentador Jerry Springer morre aos 79 anos

Morreu nesta quinta-feira (27), aos 79 anos, o apresentador Jerry Springer, um ícone da TV norte-americana. Ele ficou conhecido pelo programa que levava seu nome e exibia barracos familiares, brigas entre amigos e testes de paternidade. O formato foi adaptado no Brasil com nomes como Ratinho, Márcia Goldschmidt, João Kleber e Christina Rocha.

De acordo com o TMZ, Springer lutava contra um câncer há alguns meses, mas a doença avançou rapidamente. Ele deixa uma filha, Katie, fruto de seu casamento com Micki Velton.

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Antes de virar uma figura popularesca na TV, Springer trabalhou na política. Ele foi conselheiro da campanha à presidência de Robert Kennedy (1925-1968) e chegou a ser eleito prefeito de Cincinnati, cargo que exerceu entre 1977 e 1978. Desde aquela época, já era uma figura controversa: ele tinha sido expulso da Câmara após contratar os serviços de uma prostituta.

Na década de 1980, Springer foi contratado pela nanica WLWT para trabalhar como comentarista político no telejornal menos visto de Cincinnati. Com suas falas ácidas e sem rodeios, ele rapidamente fez a audiência disparar e se tornou o âncora mais popular da cidade. Em 1991, estreou o talk show que o tornaria um personagem essencial para a TV mundial.

Inicialmente, o programa Jerry Springer seguia a linha de comentário político que o apresentador já fazia no canal local. Sem audiência, a produção passou a apostar em pautas mais popularescas, com a participação de strippers, temas como incesto e adultério. Também investiu em palavrões: um estudo do New York Times calculou que cada programa de 43 minutos (mais intervalos) tinha entre 85 a 130 xingamentos censurados.

O nível baixou, mas o público disparou. Springer conseguiu a façanha de superar a audiência da até então imbatível Oprah Winfrey, rainha das tardes norte-americanas, entre 1997 e 1998. O programa exibiu quase 5 mil edições ao longo de 27 temporadas e ficou no ar de setembro de 1991 a julho de 2018.

Entre 2019 e 2022, o apresentador ainda comandou o programa Judge Jerry, um tribunal televisivo em que ele julgava casos de pessoas comuns, como colisões entre veículos ou danos à propriedade. Springer ainda foi o rosto do reality show America's Got Talent durante duas temporadas e apresentou o Miss Universo em 2008.

A morte foi confirmada pelo porta-voz da família e amigo pessoal de Springer, Jene Galvin, em comunicado à imprensa. "A habilidade de Jerry de se conectar com as pessoas era a base de seu sucesso em tudo o que ele fez na vida, seja a política, a televisão ou as brincadeiras com desconhecidos nas ruas que o paravam para pedir uma foto. Ele é insubstituível e sua perda dói imensamente. Mas as lembranças de sua inteligência, seu coração e seu humor vão continuar para sempre."