Protagonista de série com elenco negro desabafa: 'Não estamos mais tomando tiro'

Com talento reconhecido no teatro, no cinema e nos programas de humor, Luis Miranda, enfim, ganhará seu primeiro protagonista na Globo. Aos 52 anos, o ator é o principal nome de Encantado's, primeiro projeto oriundo da oficina de humor para roteiristas negros realizada pela Globo em 2018. A série traz um elenco majoritariamente preto em papéis leves, cômicos, populares e longe do universo de violência e tristeza que normalmente é destinado aos atores.

"A gente agora está mostrando um outro tipo de possibilidade de ver os negros. Já vimos em novelas, filmes e séries com essa temática em que a gente tem a polícia como o nosso algoz o tempo inteiro. O nosso algoz aqui é um bicheiro bem-humorado e que só está tentando pegar o supermercado. A gente não está mais tomando tiro. Eu não queria mais fazer isso. Eu não quero mais fazer isso", desabafa o ator.

PRODUÇÃO DO GLOBOPLAY

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A série --que estreou na última sexta (18) no Globoplay-- é uma criação de Renata Andrade e Thais Pontes, que assinam juntas sua primeira obra depois de terem sido roteiristas do extinto Zorra (2015-2020). Na história, os irmãos Olímpia (Vilma Melo) e Eraldo (Luis Miranda) herdam do pai um empreendimento familiar: um mercado que durante o dia é o comércio do bairro e à noite passa ser a quadra da escola de samba do grupo D Joia do Encantado.

No principal cenário da série estão Dona Ponza (Dhu Moraes), a mãe dos irmãos, que passa o dia monitorando o funcionamento do mercado e mimando o filho mais novo. FlashBlack (Digão Ribeiro) é o vigilante das câmeras de segurança do mercado e mestre de bateria na Joia do Encantado. Pandora (Dandara Mariana) é contratada como nova funcionária do estabelecimento e deixa o guarda completamente apaixonado. É lá que muitas aventuras acontecerão na vida da família e dos funcionários.

"Não me interessa mais discutir isso, de ficar mostrando tristeza e violência. Eu não tenho mais energia para sangue, então, para mim era extremamente importante que a gente discutisse as nossas questões com outro grau de entendimento", opina Miranda.