Para Padrão, aumento da renda nacional explica sucesso do MasterChef

O reality show culinário MasterChef Brasil chega à terceira temporada nesta terça-feira (15) com mais episódios do que as versões anteriores e com a meta de manter a audiência da Band crescente, acima de sete pontos de média. Para a apresentadora Ana Paula Padrão, o sucesso do programa se deve ao aumento de renda no país nos últimos dez anos, quando a comida deixou de ser só uma necessidade básica para virar um prazer.

"Antes, para a maioria da população, comer era uma necessidade fisiológica, não era um prazer. Passou a ser um prazer quando a gente pôde ir ao mercado e comprar coisas que não estavam na lista das necessidades, a cesta básica. Daí para tentar uma receita nova, usar um ingrediente novo, foi um pulo. Se interessar por programas que ensinam receitas, brincam com culinária ou giram em torno da comida, foi outro pulo", defende a jornalista. 

Ela conta que o formato do MasterChef existe há mais de 20 anos, mas as emissoras não tinham interesse em veicular um programa assim na TV aberta, muito menos em horário nobre, porque culinária era considerado um tema menos nobre. Ensinar receitas ou falar de comida durante muitos anos só acontecia na TV em programas e horários específicos para a dona de casa.

"Isso mudou nos últimos anos. Finalmente, apesar da crise atual, somos um país mais de classe média. Em um país muito pobre, é impossível falar de comida, se não for para atender uma necessidade imediata. Mas, em qualquer sociedade que tem dinheiro para comprar e ter prazer com a comida, o interesse em ver receitas e ver ingredientes novos é natural", comenta a apresentadora.

Estrategistas

A terceira temporada de MasterChef Brasil terá 25 episódios. Na primeira foram 17, e na segunda, 18. Os candidatos também estão mais preparados para chegar à final tanto no quesito talento quanto psicologicamente.

Os jurados Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella dizem que isso faz parte da evolução natural do programa. "As pessoas assistem, pesquisam, elaboram melhor suas receitas. Chegam aqui sabendo que seremos duros", diz o chef Jacquin.

Os chefs Paola Carosella, Henrique Fogaça e Erick Jacquin posam com Ana Paula Padrão

Serão 21 novos participantes, selecionados após uma grande peneira entre 25 mil inscritos. Foram 500 testes presenciais até a produção chegar nos 75 candidatos que tiveram seus pratos avaliados pelos jurados. O desafio do programa é ser ainda mais rígido com essa nova turma e criar provas mais difíceis.

"Por mais que você se prepare, diante do tempo curto das provas, é muito difícil permanecer no MasterChef. O elemento chave desse programa é que você tem de cozinhar bem como você cozinha em casa, só que em um tempo muito reduzido. Todo mundo fica muito tenso", avalia Padrão.

Ela revela como reconhece que o nível dos candidatos aumentou. "Meço isso comparando com o meu desempenho na cozinha. Eu era amadora, como qualquer amador. Nas edições anteriores, sempre acompanhei o nível dos candidatos na cozinha. Agora, não estou no nível deles. Na segunda prova desta temporada, eu vi que são receitas que não consigo fazer", conta a apresentadora.

Choro

Com quase 30 anos de jornalismo no currículo, Padrão diz que não consegue ficar indiferente ao sofrimento e tensão dos participantes. Na primeira eliminação, ela diz que quase chorou. "Não tem como não se apegar. Vivo levando bronca do diretor porque quero ajudar", confidencia.

O vencedor da terceira temporada vai faturar R$ 150 mil, uma bolsa de estudos para estudar culinária na escola francesa Le Cordon Bleu e o troféu de MasterChef. Os dois finalistas serão premiados com R$ 1.000 mensais em compras em uma rede de supermercados durante um ano. E o segundo colocado também poderá estudar gastronomia com bolsa de estudos na Le Cordon Bleu, mas na unidade do Canadá. 

O primeiro episódio da terceira temporada do MasterChef vai ao ar a partir das 22h30.

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