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Pânico sofre debandada de anunciantes e deixa rombo de R$ 15 milhões na Band

Reprodução/Band

Emílio Surita, apresentador do Pânico, no último domingo; programa sai da Band em dezembro - Reprodução/Band

Emílio Surita, apresentador do Pânico, no último domingo; programa sai da Band em dezembro

DANIEL CASTRO

Publicado em 25/10/2017 - 5h31

Ao contrário do que possa parecer, o fim do Pânico na Band é uma boa notícia para a emissora, dizem seus executivos. O programa, que sai do ar em dezembro, perdeu 35% dos anunciantes ao longo de 2017 e vai fechar o ano com um rombo de R$ 15 milhões. Para a cúpula da Band, o humorístico perdeu relevância artística e comercial.

O Pânico é um programa caro. Tem equipe de produção e elenco grandes até mesmo para os padrões da Globo. Gasta R$ 3 milhões por mês apenas com os salários dos seus principais talentos. Dá cinco pontos no Ibope, uma das maiores audiências da Band, mas não atrai anunciantes suficientes para pagar seus custos.

Originalmente um programa de rádio, o Pânico foi lançado em 2003 pela RedeTV! e migrou para a Band em 2012. O formato e a marca pertencem a Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, dono da rádio Jovem Pan. Band e Jovem Pan são sócias nos custos e nas receitas. 

A iniciativa de não seguir com o humorístico partiu da Band, que notificou a Jovem Pan na sexta-feira (20) passada. Como o contrato vai até o ano que vem, as duas partes negociam atualmente um acordo rescisório. Por isso, até agora, nem Band nem Jovem Pan se posicionaram oficialmente sobre o fim da parceria.

O humorístico já tinha dado prejuízo em 2016. Na avaliação da cúpula da Band, não seria prudente mantê-lo na grade em 2018, apesar de a atração ser um dos carros-chefe de sua programação. A tendência é perder ainda mais anunciantes. Não adianta nada ter um programa com audiência boa se ele é caro demais e dá prejuízo.

O Pânico viu seus anunciantes sumirem não somente por causa da crise econômica, acreditam fontes ouvidas pelo Notícias da TV. Nos últimos anos, perdeu membros importantes de seu elenco, como Sabrina Sato e Wellington Muniz, e deixou de ser assunto nas redes sociais e rodas de conversas. Resumindo, o Pânico não é mais o Pânico.

Um exemplo da perda de relevância do humorístico foi um episódio ocorrido em junho deste ano. Ao vivo, um humorista foi flagrado por uma câmera exibindo seu pênis, pelo zíper da calça, a poucos centímetros das nádegas de uma panicat. Não fosse por uma advertência da Band à direção do programa, a repercussão teria sido praticamente nula. Em outros tempos, teria virado um escândalo. 

Pânico tem futuro?
Sem a Band, o futuro do Pânico é uma incógnita. O programa, como pertence à Jovem Pan, pode migrar para outra emissora. O problema é que não há emissora interessada nele.

Os executivos da RedeTV! não querem nem ouvir falar de Pânico. Até hoje, não superaram o fora que levaram no final de 2011, quando Tutinha, argumentando que não recebia pagamentos em dia, trocou a emissora pela Band.

Também não há espaço para o programa na Globo e na Record. No SBT, a alternativa poderia ser as noites de sábado. Executivos da rede de Silvio Santos, no entanto, acham essa hiptótese muito pouco provável. Sábado é um dia ruim de faturamento. E o Pânico é caro, eles também sabem.

Restaria a Tutinha comprar espaço numa emissora menor ou se limitar à internet. Ou, a exemplo do que aconteceu com Casseta & Planeta no início da década, reconhecer que o tempo do Pânico já passou, que não adianta tentar reinventar o programa.

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