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Análise

No sufoco, Vídeo Show apela ao baú da Globo e vira 'filial' do Viva

Reprodução/TV Globo

Rodrigo Santoro e Ana Paula Arósio em cena de Hilda Furacão reprisada na segunda-feira - Reprodução/TV Globo

Rodrigo Santoro e Ana Paula Arósio em cena de Hilda Furacão reprisada na segunda-feira

DANIEL CASTRO

Publicado em 16/6/2016 - 5h32

Com a liderança constantemente ameaçada, o Vídeo Show virou o programa mais cameleão da TV brasileira _e não apenas porque vive mudando os apresentadores. Há um ano, quando recebia quase todo dia um ator da Globo em sua bancada, era a "casa da mãe-joana", na definição de Monica Iozzi. No final de 2015, tentou combater o quadro Hora da Venenosa, do Balanço Geral, com fofocas. Não hesitou em acompanhar a rumorosa separação da cantora Joelma, "porque dava ibope".

Hoje, o Vídeo Show vive uma fase retrô. Fofocas e convidados deram lugar ao baú da Globo. Na edição de ontem (15), quase metade dos videotapes do programa (ou 17 minutos e meio de um total de 39) era de material do arquivo da emissora, como musicais do Fantástico, humorísticos e novelas dos anos 1980 e 1990. Na terça (14) e na segunda (13), foram 13 minutos de baú, contra 27 de material novo. E isso sem o quadro Novelão, que resume vários capítulos de uma novela durante duas semanas. A naftalina é tanta que o programa já está sendo apelidado de "filial do Viva", o canal de reprises da Globo.

O Viva Express, ops, o Vídeo Show, é uma das poucas atrações da Globo que não têm a liderança garantida (os outros são eventualmente o Bem Estar, o Programa do Jô e o Jornal da Globo). Desde setembro do ano passado, as derrotas para o quadro Hora da Venenosa, do Balanço Geral, têm sido quase diárias _a exceção é a Globo ganhar.

Como o programa da Record acabava 20 minutos antes, o Vídeo Show era líder na média geral. Em março deste ano, isso também mudou, e a atração da Globo passou a perder de ponta a ponta, também para a novela reprisada pela Record. A situação melhorou após o final de Prova de Amor e depois que a Globo mexeu em sua grade, iniciando o vespertino até 15 minutos mais tarde, entre 14h10 e 14h15. Mas o quadro ainda é delicado. Anteontem, por exemplo, o programa derrubou a média da Globo de 11 pontos, com o Jornal Hoje, para 7,9. No horário, a Record deu 8,4 na Grande São Paulo.

Na edição de ontem, o Vídeo Show abriu o baú da novelas Sassaricando, de 1987, e Deus nos Acuda (1992), homenageou os 15 anos de Os Normais, visitou o Fantástico em 1974 e em 1986 e mostrou Zizi Possi no Cassino do Chacrinha, em 1987.

Na terça, começou com uma reprise do Megatom, programa de Tom Cavalcante exibido entre fevereiro de 2000 e abril de 2001, e brindou os saudosistas com uma dose dupla de Túnel do Tempo: com Ney Matogrosso cantando Homem com H no Fantástico, há 35 anos, e uma cena repleta de efeitos especiais de O Fim do Mundo, minissérie que virou novela tapa-buraco em 1996. Na segunda-feira, foi a vez da cantora Rosana no Cassino do Chacrinha e de uma cena de Ana Paula Arósio e Rodrigo Santoro na minissérie Hilda Furacão (1998).

Para sorte dos produtores do Vídeo Show, o acervo da Globo é inesgotável para um programa de uma hora.


 Colaborou JOÃO DA PAZ


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