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FALHA TÉCNICA?

Globo esconde rosto de mulher abusada pelo marido, mas deixa voz ir ao ar no Encontro

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A repórter Mona Lisa Duperron em videochamada com mulher não identificada no programa Encontro, da Globo, nesta quinta-feira (6)

A repórter Mona Lisa Duperron conversa com vítima de abuso no Encontro desta quinta-feira (6)

KELLY MIYASHIRO

kelly@noticiasdatv.com

Publicado em 6/8/2020 - 12h03

Ao exibir uma entrevista com uma mulher abusada pelo marido, o Encontro com Fátima Bernardes desta quinta-feira (6) borrou o rosto da vítima, mas esqueceu de alterar a voz dela. Apesar de ser um deslize pequeno, pode ser muito prejudicial à entrevistada, que aceitou falar com a Globo, mas pediu para não ser identificada.

Na televisão, muitas vezes se usa o recurso de "voz de pato", que serve para distorcer a voz de entrevistados que desejam manter anonimato em casos de denúncias de crimes. É uma forma de manter a veracidade do depoimento e proteger os depoentes.

Na entrevista conduzida pela repórter Mona Lisa Duperron sobre uma mulher que teve fotos íntimas tiradas sem seu consentimento e divulgadas nas redes sociais, tanto ela quanto Fátima Bernardes ressaltaram o desejo da vítima de ter sua imagem preservada. "Ela teve as fotos compartilhadas pelo próprio marido. Ela não sabia que era fotografada enquanto dormia", avisou a apresentadora. 

"Ela preferiu ter a identidade preservada, ela não se sente talvez tão segura para mostrar o rosto, mas vamos ver mais esse caso de exposição sem consentimento", introduziu a titular do programa. 

"Imagina você é casada há 35 anos e descobre que o teu marido tirava fotos tuas escondidas, fotos íntimas, e postava na internet. Pesadelo? Não, isso aconteceu. Essa mulher topou falar com a gente, e eu vou chamá-la de Juliana, que ela prefere não ser identificada", reforçou a jornalista, que direcionou uma pergunta à entrevistada.

"Juliana, quando você notou que ele estava tirando fotos suas?", questionou. "Já há um tempo eu desconfiava, mas não sabia o teor do assunto, eu só descobri quando vi mesmo", relatou "Juliana", com a voz normal. Ela ainda contou ter ouvido o marido falar que ia mandar as fotos dela e viu que eram íntimas.

A reportagem exibiu cerca de cinco minutos de entrevista com a mulher. A vítima revelou que registrou um boletim de ocorrência contra o marido e ainda conseguiu uma medida protetiva contra ele, para que ele mantenha distância.

A falta de distorção da voz possibilita a identificação da vítima por amigos e familiares, pessoas próximas a ela. Questionada sobre a falha, a Globo ainda não retornou o contato do Notícias da TV até a publicação desta reportagem.


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