ANA VIEIRA
Reprodução/Record
Ana Carolina Vieira no Domingo Espetacular; nadadora afirmou que nota sobre expulsão é mentirosa
A nadadora Ana Carolina Vieira, expulsa da Olimpíada de Paris-2024 por ter saído da Vila Olímpica sem autorização, chorou ao quebrar o silêncio e dar sua primeira entrevista desde o ocorrido. Ela ainda lamentou toda a situação. "Eu não tive voz, não quiseram me escutar. Eles tiraram tudo de mim", disse.
Ana Carolina conversou com Roberto Cabrini para o Domingo Espetacular, da Record, deste domingo (11). Questionada sobre o motivo de sua punição, ela afirmou não saber. "Acredito que seja uma demonstração de poder. Será que servi como exemplo?", provocou a esportista. "Tô tentando entender por que comigo? Por que aconteceu como aconteceu, sem eu poder me pronunciar?"
"Aconteceu tudo muito rápido. A partir do momento em que eu recebi o desligamento, eu fui acompanhada [de um funcionário do COB] a todo momento. Foram três voos até o Brasil. Enquanto isso, teve coletiva de imprensa, minha cara estava em todos os lugares", desabafou a nadadora, reclamando que a atitude dos superiores instigou a internet a atacá-la.
"O sonho de todo atleta é poder representar sua nação. Eu acho que é uma sensação de... É difícil de falar. Eu treinei anos para estar na minha segunda Olimpíada. Sair dessa forma é muito difícil", admitiu Ana Carolina.
A nadadora falou que não deixou a Vila Olímpica sem autorização e que a foto que tirou na frente da Torre Eiffel com o marido, o também nadador Gabriel Santos, ocorreu dentro da área destinada aos atletas.
"No momento em que eu saísse da Vila, eu poderia comunicar o meu chefe. Mas em nenhum momento eu saí da organização: estava no ônibus da própria organização, efetuei a foto dentro [da arena] do vôlei de praia", ressaltou.
O advogado da esportista, Octavio Rolim, ainda ressaltou que o regulamento não exigia sequer que Ana Carolina pedisse autorização de superiores para deixar a concentração. "O regulamento é que apenas atletas menores não podem sair sem permissão", explicou. "Um pedido de permissão é só para os menores de 18 anos, a gente assinou um termo", reiterou a nadadora.
Ela admitiu que havia se frustrado anteriormente com os dirigentes, quando a equipe de revezamento foi informada de que Maria Fernanda Costa, a Mafê, seria substituída. "Tiraram a Maria Fernanda sem nos comunicar, além de colocar uma integrante que teria um tempo de 2 segundos acima, o que impactaria o nosso resultado final. Em nenhum momento isso foi passado pra gente", disse ela, que negou ter sido desrespeitosa ou agressiva.
Ana Carolina ainda apontou que a nota divulgada pelos dirigentes para justificar sua expulsão é "mentirosa". "Eu não saí na sexta-feira. Projetaram uma imagem de que a gente foi pra noitada, sendo que na sexta à noite era a abertura dos Jogos Olímpicos. Descobri no domingo, de uma forma que eu não pude me defender. Como se fosse um cala-boca. Fiquei surpresa."
Sobre a briga com Jhenifer Conceição, em maio do ano passado, que terminou com Ana Carolina dando um tapa e esfregando o rosto da colega de piscina na grade, ela desconversou. "O que isso tem relação? Nós somos companheiras de equipe, e isso já foi resolvido."
Ela ainda revelou para Cabrini um áudio, supostamente enviado pelo dirigente da CBDA, Gustavo Otsuka, para Gabriel Santos, no qual o executivo pedia desculpa pela nota publicada sobre o caso e admitia que ela era inverídica.
"Decepcionante. Um cara que guia um time, um grupo, uma nação, me pedindo desculpas pelo WhatsApp? Ele deu força à internet para eu ser atacada. Publicando uma nota falsa, ele deu força para tudo isso", alfinetou.
Apesar de toda a confusão e das situações difíceis que tem atravessado nos últimos dias, Ana Carolina Vieira ressaltou que não vai abandonar as piscinas. "Natação é o que eu amo, é o que eu faço de melhor. E espero poder continuar. Transformar isso em garra e continuar defendendo o meu time e, consequentemente, o Brasil."
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