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INSTITUIÇÃO REBATE

Na Record, Crivella acusa Fundação R. Marinho de receber R$ 214 mi sem licitação

REPRODUÇÃO/RECORD

Marcelo Crivella em entrevista para o Balanço Geral; prefeito do RJ acusou a Fundação Roberto Marinho - REPRODUÇÃO/RECORD

Marcelo Crivella em entrevista para o Balanço Geral; prefeito do RJ acusou a Fundação Roberto Marinho

VINÍCIUS ANDRADE

Publicado em 26/7/2019 - 14h34
Atualizado em 28/7/2019 - 14h56

Após o TCM (Tribunal de Contas do Município) do Rio de Janeiro determinar, na quarta (24), inspeção em 38 obras emergenciais feitas sem contrato pela prefeitura, Marcelo Crivella veio a público prestar esclarecimentos. Em entrevista ao Balanço Geral RJ, da Record, o prefeito atacou a gestão anterior, de Eduardo Paes, e acusou a Fundação Roberto Marinho, do Grupo Globo, de receber R$ 214 milhões sem licitação. A instituição repudia as declarações do político e diz que os contratos estão dentro da legalidade.

"No governo anterior, R$ 214 milhões foram dados à Fundação Roberto Marinho. Eu gastei, pra salvar vidas, R$ 50 [milhões]. A Fundação Roberto Marinho, não me consta que tinha estado de calamidade pública, nem que tinham vidas em risco e recebeu R$ 214 milhões da prefeitura para fazer consultorias, uma delas em projetos de arquitetura e obras de engenharia", acusou Crivella na Record.

Em nota enviada ao Notícias da TV, a Fundação Roberto Marinho defendeu que os "contratos assinados com o município do Rio de Janeiro estão em perfeita conformidade com a legislação aplicável e passaram por todos os estágios de aprovação necessários e foram executados dentro dos princípios da transparência, moralidade, legalidade e eficiência".

O prefeito do Rio de Janeiro não informou o ano em que o valor teria sido pago à instituição ligada ao Grupo Globo. Segundo o político, foram contratos feitos na gestão de Eduardo Paes, que comandou o município entre 2009 e 2016.

"Não são obras, são contratos de consultoria no valor de R$ 214 milhões, do governo passado. Isso precisa, sim, ser investigado. É muito importante que a população do Rio de Janeiro saiba por que não foi feito um processo de licitação que baixa o preço. Foi dado ao preço que eles apresentaram. Aí, sim, nós vamos estar tendo transparência", avisou o prefeito.

"Agora eu pergunto: que vidas foram salvas em processos sem licitação pra contratação de consultoria no Museu do Amanhã, por exemplo, ou no MAR, Museu de Arte do Rio, ou em outras obras que foram feitas? Isso é o que as pessoas, a imprensa e o povo querem saber. Pau que dá em Francisco, dá em Chico. Eu tive razões de fazer sem licitação, agora eu quero saber quais foram as razões deles."

Nos últimos dias, os telejornais locais da Globo no Rio de Janeiro têm informado sobre a inspeção determinada pelo TCM. Em sua defesa ao vivo na Record, Crivella justificou que os reparos emergenciais feitos após as chuvas que atingiram a cidade em fevereiro e abril "salvaram vidas", mas que isso não interessa aos jornalistas da Globo. Ele inclusive citou alguns profissionais nominalmente.

"É uma estupidez você querer, nas condições que nós estávamos de emergência, de risco de vida, com a [avenida] Niemeyer desabando, nós fazermos um processo licitatório. Tinham pessoas morando logo acima. É claro que a Rede Globo não tá afeita a isso, não é a vida deles", disparou o político.

"Não é a vida do [Flávio] Fachel [apresentador do Bom Dia RJ], não é a vida da Mariana [Gross, apresentadora do RJ1], não é a vida da Ana Luiza [Guimarães, apresentadora do RJ2], não é a vida do Edimilson [Ávila, comentarista do RJ1] que está em risco. Então é fácil. Queria ver se eles morassem no morro, se eles iam querer ou não que a prefeitura entrasse de maneira emergencial pra salvar a vida deles", opinou Crivella.

Outro lado

Leia abaixo a nota enviada pela Fundação Roberto Marinho ao Notícias da TV:

"O atual prefeito do Rio, mais uma vez, mente e manipula fatos para esconder as graves denúncias que atingem a sua gestão. A tentativa do prefeito de equiparar a Fundação Roberto Marinho ao pacote de verbas que a sua administração na prefeitura aprova sem licitação, é, no mínimo, irresponsável."

"O Grupo Globo repudia com veemência as declarações do prefeito e reafirma que os contratos assinados pela Fundação Roberto Marinho com o município do Rio de Janeiro estão em perfeita conformidade com a legislação aplicável, em especial a Lei 8.666/1993. Passaram por todos os estágios de aprovação necessários e foram executados dentro dos princípios da transparência, moralidade, legalidade e eficiência. Todas as ações da Fundação Roberto Marinho podem ser acompanhadas por qualquer cidadão pelo site http://frm.org.br/acoes/."

"Vale destacar ainda que a Fundação Roberto Marinho é permanentemente fiscalizada pelo Ministério Público, sendo uma instituição sem fins lucrativos, que há quase meio século dedica sua expertise única no país exclusivamente a projetos de interesse público, inclusive na área museológica. Foi responsável pela criação e implementação de alguns dos museus mais visitados do Brasil, entre eles o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio."

"Esses ataques inconsequentes do atual prefeito do Rio reforçam a necessidade de uma imprensa atenta e vigilante, que leve ao cidadão carioca a real situação de sua cidade, trabalho que o jornalismo do Grupo Globo tem feito e continuará a fazer, independentemente das retaliações do prefeito."

"Sorte teria o cidadão carioca se a criatividade e a competência que o prefeito demonstra para inventar denúncias pudessem ser aplicadas à sua gestão."

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