DONA DÉA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Mãe de Paulo Gustavo, dona Déa Lúcia conversou com o Fantástico na noite deste domingo (9)
Cinco dias após a morte de Paulo Gustavo (1978-2021), Déa Lúcia, mãe do humorista, desabafou sobre a partida precoce do artista de 42 anos. Em entrevista ao Fantástico, ela destacou a importância do trabalho do ator em um mundo repleto de pessoas intolerantes. "Meu filho deixou um exemplo contra o preconceito", disse ela.
Durante a conversa, que foi ao ar neste domingo (9), Déa começou falando sobre os momentos que antecederam a morte de Paulo Gustavo, vítima da Covid-19. "Eu fiquei durante 53 dias rezando, pedindo a Deus que me desse força. A morte é uma coisa certa na vida da gente, a gente só espera que uma mãe vá na frente. É muito duro", lamentou.
Dona Déa também aproveitou o momento para comentar sobre o carinho que o humorista recebeu enquanto esteve internado: "Eu quero agradecer o povo brasileiro, todo esse apoio que eles me deram de oração. Eu não sabia do tamanho que meu filho representava, ele passou que nem um cometa pela vida".
Musa inspiradora da trilogia Minha Mãe É Uma Peça, a mãe de Paulo Gustavo ainda comentou sobre a idealização da personagem Dona Hermínia, que virou um fenômeno em todo o Brasil.
"Ele falou assim: 'Eu vou escrever uma peça, eu vou ficar rico, vou falar tudo de você, essas maluquices. Assim nasceu Minha Mãe É Uma Peça. Mas eu não sabia como seria essa mãe. Quando eu olhei aquilo eu botei a mão na cabeça e falei: 'Isso não vai dar certo, Paulo Gustavo'", contou ela.
Casado com Thales Bretas, pai de Romeu e Gael, Paulo Gustavo também serviu de exemplo contra o preconceito vivenciado por pessoas da comunidade LGBTQ+. "Eu tô triste, muito triste, mas meu filho deixou um exemplo maravilhoso contra o preconceito", afirmou a mãe do ator.
Em outro trecho da entrevista, Dona Déa falou sobre a pandemia da Covid-19 e disse que nunca havia pensado na possibilidade de perder seu filho para o vírus. "Eu chorei com cada mãe e choro, e vou continuar chorando, mas essa luta vai ser minha. Eu vou lutar agora e vou falar o tempo todo. Na pandemia, cada morte de um filho, eu chorava por essa mãe, sem saber que meu filho ia passar por isso".
Antes de encerrar a conversa, Dona Déa ainda falou sobre os momentos final ao lado do filho. "Cantamos a oração de São Francisco porque ele sempre pedia, desde pequeno, para eu cantar", lembrou ela. "A frequência [cardíaca] foi caindo, caindo, caindo, até ficar piscando igual, durante a oração. Aí parou, fechamos a cortina e saímos", completou Julio, pai do humorista.
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