ÍRIS BRUZZI
Divulgação/TV Brasil
Íris com Aderbal Freire-Filho no Arte do Artista, da TV Brasil, em outubro, sua última aparição
DANIEL CASTRO
Publicado em 12/5/2016 - 5h28
Demitida pela Record em agosto de 2014, então com 79 anos, Íris Bruzzi perdeu o chão. "Foi um baque enorme. Me avisaram dois dias antes de o contrato vencer. Tinha minha vida, minhas contas para pagar. Tive que entregar meu apartamento, vender minhas coisas e vir morar com meu filho nos Estados Unidos. Eu chorava, me senti muito humilhada", conta a atriz, hoje com 81 anos.
Um dos grandes nomes do teatro de revista, Íris está processando a emissora de Edir Macedo. Pede para ser reconhecida como funcionária e reclama direitos trabalhistas, como 13º salário e férias. Segundo seu advogado, Artur Elias Guimarães, ela poderá ser indenizada em cerca de R$ 1,5 milhão. Há duas semanas, a juíza Heloisa Juncken Rodrigues, da 72ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, recusou recurso da Record tentando anular decisão, de outubro do ano passado, que condenou a emissora a fazer anotações na carteira de trabalho da atriz e pagar obrigações trabalhistas. O caso irá agora para o Tribunal Regional do Trabalho do Rio.
Íris foi contrada pela Record em 15 de setembro de 2006, após fazer sucesso na Globo como a ex-vedete Guida Guevara na novela Belíssima (2005), de Silvio de Abreu. Até 30 de agosto de 2014, quando foi dispensada, atuou em seis novelas _Vidas Opostas (2006), Chamas da Vida (2008), Ribeirão do Tempo (2010), Máscaras (2012), Balacobaco (2013) e Pecado Mortal (2013). Na ação judicial, ela afirma que foi obrigada pela Record a abrir uma empresa e a assinar contrato como pessoa jurídica. E reclama que a emissora pagava 40% a menos quando ela estava fora do ar, algo que a Justiça Trabalhista deverá reparar.
Renato rocha miranda/tv globo
Íris Bruzzi com Via Negromonte em cena de Belíssima (2005), sua última novela na Globo
A atriz confessa que não esperava ser dispensada depois de tanto trabalho, às vésperas de completar 80 anos. Sentiu-se descartada. "Eles não têm critério para demitir. Eu suei a camisa. Nesses oito anos de contrato, a gente acreditou que a Record tinha um projeto de televisão. Fui ingênua", lamenta.
Acostumada a receber salários fixos, embora menores nas temporadas de "descanso de imagem", Íris se viu sem trabalho e cheia de dívidas. "Foi uma bola de neve. Mas agora já está tudo bem", tranquiliza. Íris mora com o filho, Marcelo Caruso, em Tampa, na Flórida. Em julho, vem ao Brasil e espera receber convites para voltar ao ar.
Em sua ação contra a Record, Íris tem como testemunhas Cecil Thiré e Taumaturgo Ferreira. O primeiro também processa a emissora, com os mesmos argumentos da atriz. Sua ação está mais avançada. Thiré, desempregado há dois anos, já ganhou em segunda instância.
A Record, que não se comunica com o Notícias da TV, não costuma se pronunciar em questões sub júdice.
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