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CIDADE PROIBIDA

Mãe de Marcelo Faria ajuda o filho a viver assassino em série da Globo

Webert Belizio/AgNews

Marcelo Faria (à esq.), Kátia Achcar e Eriberto Leão em pré-estreia de peça no ano passado - Webert Belizio/AgNews

Marcelo Faria (à esq.), Kátia Achcar e Eriberto Leão em pré-estreia de peça no ano passado

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 23/9/2017 - 7h07

O sonho de toda mãe é ver o filho ter uma vida feliz, uma carreira promissora e relacionamentos saudáveis. Kátia Achcar, mãe de Marcelo Faria, porém, tem trilhado outros caminhos para o ator: ela já auxiliou o herdeiro a virar um assassino e um malandro. Tudo na ficção, é claro. Psicanalista de formação, ela também trabalha como preparadora de elenco.

Escalado para viver um criminoso sanguinário em um episódio da série Cidade Proibida, que estreia na Globo nesta terça (26), Faria recorreu à mãe para ajudá-lo a construir o personagem. Antes, o ator de 45 anos já havia usado os serviços de Kátia para interpretar o malandro Vadinho, do filme Dona Flor e Seus Dois Maridos, que chega aos cinemas em novembro.

Ajudar o próprio filho a incorporar o pesadelo de toda mãe não é problema para Kátia. "É muito simples para mim separar a Kátia mãe da Kátia preparadora, porque eu não sou terapeuta do Marcelo ou de nenhum outro ator. Quando entram no meu consultório, o trabalho é voltado para o personagem. Como é algo muito específico, eu não misturo as coisas", conta.

A psicanalista começou a trabalhar com preparação de elenco em 1978, a pedido do diretor Roberto Talma (1949-2015). "Ele era meu amigo e pediu para eu traçar um perfil dos personagens da novela da Janete Clair [Pai Herói, de 1979] para ele. Falei que não sabia fazer isso, mas acabei topando. Fiz os perfis individuais e dos núcleos familiares. Depois disso, ele me convocava para todos os trabalhos dele", lembra.

Mesmo sem ser contratada da Globo, Kátia começou a participar de algumas reuniões com os elencos das novelas e foi ficando conhecida pelos atores, que passaram a procurá-la por conta própria.

Por seu consultório no Leblon, no Rio de Janeiro, já passaram nomes como Bruno Gagliasso, Mariana Ximenes, Juliana Paes e Tatá Werneck. Regiane Alves é outra que sempre recorre a Kátia para a composição de seus papéis _a atriz também estará no elenco da série Cidade Proibida, na pele de uma prostituta.

Para atender aos atores, Kátia precisa alterar a própria rotina no consultório: "É comum recebê-los depois das 21h, 22h. A Mariana Ximenes sai da gravação e vem para cá. Com a Tatá, também trabalho mais tarde. Só não dá para atender de madrugada, né?", brinca.

Ao contrário dos coaches, que buscam um trabalho mais físico, Kátia prefere construir os personagens a partir do que está no texto dos capítulos. "A autoria não é minha. Eu busco as referências no roteiro e tento ser o mais fiel possível. É uma interpretação de texto, na verdade", explica.

Depois de ganhar a confiança de muitos atores, Kátia passou a ser procurada por eles também para terapia, já que não deixou de exercer suas funções de psicanálise. "Eles ficam contando suas vidas, as dificuldades. É confortável estar diante de um terapeuta. Mas eu não aceito. Acho que o bom senso tem de imperar", finaliza.

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