BAHIA BRANCA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
João Emanuel Carneiro em entrevista para o Conversa com Bial: autor admitiu erro em novela
Em entrevista para o Conversa com Bial nesta sexta (16), João Emanuel Carneiro admitiu que errou ao não ter escalado mais atores negros para a novela Segundo Sol (2018). Na época da exibição do folhetim, o Ministério Público do Trabalho da Bahia notificou a Globo pela baixa representatividade de pessoas negras no elenco. A trama era ambientada no Estado.
"Você achou saudável?", perguntou o jornalista Pedro Bial para o escritor sobre a notificação. Em razão da comemoração dos 70 anos da televisão brasileira, o programa entrevista figuras importantes que fizeram parte do audiovisual televisivo.
"Eu acho que tá certo. Tem que dar voz aos negros, fazer a novela com mais atores negros. E nesse evento aí, nessa ocasião do Ministério Público no Segundo Sol, eu aprendi. Acho que foi uma lição pra mim. Eu penso em fazer novelas diferentes também", admitiu o novelista.
Na época de sua exibição, a "Bahia branca" de Segundo Sol foi criticada pelo público e virou motivo de piadas nas redes sociais. Após a notificação do Ministério Público do Trabalho, João Emanuel passou a escalar negros para papéis secundários e transitórios, além de figurantes.
Antes mesmo de Segundo Sol estrear, o Ministério do Trabalho da Bahia notificou a Globo pela falta de representatividade de negros na trama. A história de João Emanuel Carneiro era ambientada no estado e foi norteada pela suposta morte do cantor de axé Beto Falcão (Emilio Dantas) em um acidente de avião.
Além do protagonista, outros personagens principais baianos como: Luzia (Giovanna Antonelli), Karola (Deborah Secco), Laureta (Adriana Esteves) e Remy (Vladimir Brichta), foram retratados por atores brancos.
O documento do Ministério do Trabalho também descrevia 14 medidas que a emissora pudesse adotar para promover maior inclusão de atores negros na trama. "Decidimos expedir essa nota com o fim de mostrar a importância de a empresa respeitar a diversidade racial", declarou, na época, a coordenadora Nacional de Combate à Discriminação no Trabalho, Valdirene Silva, em entrevista à Agência Brasil.
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