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MEMÓRIA DA TV

Há 25 anos, Gugu bateu recorde com tragédia com Mamonas Assassinas

Divulgação/SBT

De terno e gravata, Gugu Liberato levanta dois dedos no cenário do Domingo Legal, do SBT

Gugu Liberato (1959-2019) fez um Domingo Legal especial sobre Mamonas Assassinas no SBT

THELL DE CASTRO

Publicado em 7/11/2021 - 6h50

Há 25 anos, o Brasil viveu comoção semelhante à morte de Marília Mendonça (1995-2021), ocorrida na última sexta (6), após acidente de avião perto de Caratinga (MG). Na manhã de 2 de março de 1996, o público acordou com a notícia da queda da aeronave que levava os integrantes da banda Mamonas Assassinas, na Serra da Cantareira, na região metropolitana de São Paulo.

Fenômeno meteórico da música brasileira, com recordes de vendas de discos, o grupo era presença constante nos programas de televisão da época, como Domingo Legal e Domingão do Faustão (1989-2021). O acidente vitimou seus cinco integrantes, Dinho, Bento Hinoto, Samuel Reoli, Júlio Rasec e Sérgio Reoli.

Logo pela manhã, a Globo deu um plantão e todas as emissoras mobilizaram suas equipes. Mas quem se deu melhor com a cobertura da tragédia foi o SBT, que nunca teve tradição no jornalismo.

Quando recebeu a notícia do acidente, Gugu Liberato (1959-2019) rapidamente convocou toda a sua equipe e pediu autorização para Silvio Santos, que deu sinal verde para a montagem de uma verdadeira operação de guerra.

"Eu recebi a notícia às 7h30. Tirei todos os diretores da cama, pedi para eles irem ao teatro e levantarem todo o material. Perguntei pelo nosso helicóptero. Ele estava no Rio. Mandei o comandante vir do Rio e pegar outro helicóptero, porque eu ia entrar no ar, ao meio-dia, com esse assunto", contou Gugu à Folha de S.Paulo em abril de 1996.

Sem internet e com poucas opções de canais na televisão, o público acabou ficando por dentro dos fatos assistindo ao Domingo Legal. Para se ter uma ideia, das 12h10 às 15h30, a atração marcou 37 pontos de média, com 47 de pico. A Globo ficou com apenas 13. Normalmente, Gugu não passava dos 18 pontos na faixa.

Em tom sóbrio, Gugu conversou com o repórter Carlos Cavalcante, que entrou ao vivo do IML (Instituto Médico Legal), para onde os corpos dos músicos foram levados; com o governador de São Paulo na época, Mário Covas (1930-2001); e com a vidente Mãe Dináh (1930-2014), que meses antes teria previsto o acidente com a banda.

A banda Mamonas Assassinas, morta em acidente aéreo

Também foram mostrados diversos trechos de participações do grupo nos programas de Gugu, incluindo apresentações musicais e o vocalista Dinho pegando sabonetes no famigerado quadro da banheira.

"Naquele dia, nós fomos a única fonte de informações, servindo não só ao público, como a uma série de veículos da imprensa", destacou Gugu. "Foi um negócio simpático por parte dos jornalistas. Nós vimos naquele dia que estávamos no caminho certo", completou.

A partir daquele programa, o apresentador passou a investir em jornalismo e na cobertura de acontecimentos que podiam mobilizar o público.

Mais tarde, naquele dia, o SBT colocou no ar uma edição especial do Aqui Agora sobre a tragédia. O especial, exibido entre 0h13 e 2h30 da madrugada de domingo para segunda, marcou incríveis 21 pontos, contra apenas seis da Globo.

Cobertura da Globo

A Globo deu diversos plantões ao longo daquele domingo para abordar a tragédia. Até Galvão Bueno falou sobre o acontecimento, durante a transmissão de um jogo entre Brasil e Uruguai.

Abatido, Faustão fez homenagens no Domingão, mostrando, inclusive, trechos do último show da banda, realizado em Brasília (DF). Em seguida, o Fantástico mostrou imagens exclusivas do local do acidente, em reportagem de Eleonora Paschoal.

O assunto continuou durante vários dias na pauta das emissoras, com a cobertura do velório e do enterro dos músicos.


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