Globo escala trans negra para protagonizar nova série de terror sobrenatural

Após escalar Maria Clara Spinelli para ser uma das protagonistas de Elas por Elas, a Globo dá mais um passo para aumentar a representatividade em seus programas. A artista trans Aretha Sadick ganhou um dos principais papéis em Reencarne, série de terror sobrenatural que estreará em 2024 no Globoplay.

Nascida e criada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a atriz de 34 anos interpretou Vera Verão no musical que contava a trajetória de Jorge Lafond no ano passado.

O gênero de Aretha, no entanto, não será tema de sua personagem na série escrita por Elísio Lopes Jr., um dos autores de Amor Perfeito (2023) ao lado de outros quatro roteiristas. Na história, ela será Camila, enfermeira parceira de trabalho de Isadora (Isabel Zuaá) e filha de Lúcia (Grace Passo).

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A personagem ajuda a mãe a conseguir os anestésicos para os experimentos de Feliciano (Enrique Diaz), que há anos começou seus testes de reencarnação em busca de encontrar o "cavalo perfeito" (corpo para reencarnar) para a sua mulher, Cássia (Simone Spoladore), que está muito doente e à beira da morte.

Depois de ela ter mais uma crise, ele precisa voltar com os testes o quanto antes, custe o que custar. Mas Feliciano sabe que não conseguirá sozinho e, por isso, precisa de Camila, que está cansada de ser cúmplice nas mortes. Mesmo com uma carga de culpa, a enfermeira concorda em ajudar Lúcia.

O Notícias da TV teve acesso à sinopse de Reencarne, que destacará bastante a diversidade. "O desejo era contar histórias com protagonismo preto e queer, mas que os personagens não fossem resumidos a essas temáticas. Essa série é diversa, mas não é sobre a diversidade. O fato de termos protagonistas pretos e LGBTs não é uma discussão. Eles existem. A gente quer discutir outras questões", escreveu o autor de Amor Perfeito.

Multiartista, performer e mulher transgênero, Aretha Sadick também tem falas publicadas no texto da Globo obtido pelo site:

"Acho essa representatividade extremamente importante para as mulheres trans, principalmente pretas, no audiovisual. Temos a necessidade de contar histórias vivendo outras narrativas. O que eu acho muito especial em Reencarne é que a minha identidade de gênero não vem à frente da história nem das questões da Camila, ou das vivências que ela tem. Isso é um ganho extremamente importante, porque ela pode transitar com questões humanas dentro da trama."