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SEM ACORDO

Globo aponta 'obstáculos' e cancela de vez debates no primeiro turno

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

César Tralli no estúdio do debate da Globo nas Eleições 2016

César Tralli comandou o debate em primeiro turno das Eleições 2016: evento cancelado neste ano

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 9/10/2020 - 12h12
Atualizado em 9/10/2020 - 12h43

A Globo desistiu de vez de realizar debates eleitorais após não conseguir um acordo com os partidos. A intenção da emissora era realizar os eventos apenas com os quatro candidatos mais bem posicionados nas pesquisas das disputas para prefeito de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. Ao comunicar a decisão aos comitês de campanha, a Globo apontou como "obstáculos" as restrições sanitárias impostas pela pandemia da Covid-19.

SBT, Record e RedeTV! também comunicaram que não vão realizar o encontro entre os 11 candidatos de São Paulo em seus estúdios pelo mesmo motivo. A Band foi a única que fez o debate nas Eleições 2020; a TV Cultura ainda tenta viabilizar o evento.

A informação sobre o cancelamento do debate na Globo foi antecipada pelo UOL Notícias nesta sexta-feira (9), com um comunicado da diretora de Jornalismo, Silvia Faria. Ao Notícias da TV, a emissora enviou uma nota confirmando a decisão.

"A Globo informou aos partidos das quatro cidades (SP, RJ, Recife e BH) que infelizmente não foi possível alcançar o acordo proposto pela emissora para viabilizar os debates de primeiro turno com as condições necessárias de segurança para todos os envolvidos --nossos funcionários e as equipes da campanha eleitoral", explicou a Globo.

"As restrições sanitárias provocadas pela pandemia do novo coronavírus, aliadas ao grande número de candidatos em disputa, tornaram insuperáveis os obstáculos existentes", ressaltou.

Em 21 de setembro, a Globo comunicou que participariam do programa apenas os quatro candidatos mais bem colocados na pesquisa eleitoral (Ibope ou DataFolha) mais recente da ocasião, mas para isso seria necessária a aceitação dos partidos.

A Globo apresentou uma projeção de quantas pessoas ficariam no estúdio caso todos os candidatos à eleição municipal participassem do debate.

"Com dez candidatos, considerando que cada um possa ser acompanhado de apenas dois assessores (no passado esse número era superior a dez), haveria 30 pessoas ligadas às campanhas no estúdio num debate de primeiro turno", explicou a empresa.

"Acrescentando a equipe da Globo minimamente necessária para realizar o evento com qualidade, esse número supera 200 pessoas, incluindo jornalistas, câmeras, produtores, profissionais da sala de controle técnico, tecnologia, comunicação, operações e segurança (num debate normal, com plateia e convidados, é o dobro disso). Não há protocolo sanitário que garanta a saúde aos profissionais da Globo e aos candidatos", enfatizou.

A emissora descartou a realização de debates virtuais por falta de controle nas regras. "Os candidatos precisam ser tratados de forma equânime e ter as mesmas condições, e o público precisa perceber isso. Um candidato pode injustamente ser acusado de estar com ponto eletrônico, de estar recebendo ajuda de assessores, por exemplo", disse a líder de audiência.

"A transmissão pode cair num momento importante do debate, e a Globo ser injustamente acusada de ser a culpada ou, da mesma forma, e também de forma injusta, o candidato ou sua campanha serem acusados de terem provocado a interrupção para fugir de um momento difícil", informou o comunicado.

A Band montou uma operação especial, mas realizou o seu encontro na semana passada. Foram 11 candidatos no estúdio: Andrea Matarazzo (PSD), Arthur do Val (Patriota), Bruno Covas (PSDB), Celso Russomanno (Republicanos), Filipe Sabará (Novo), Guilherme Boulos (PSOL), Jilmar Tatto (PT), Joice Hasselmann (PSL), Márcio França (PSB), Marina Helou (Rede) e Orlando Silva (PCdoB).


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