FÁBIO FARIA
Divulgação/Agência Câmara e Reprodução/SBT
O deputado Fábio Faria foi às redes sociais para negar que Silvio Santos tenha aceitado pressão de Brasília
REDAÇÃO
Publicado em 24/5/2020 - 12h37
Atualizado em 24/5/2020 - 14h06
Marido de Patricia Abravanel, o deputado federal Fábio Faria desmentiu que tenha ocorrido alguma interferência a pedido de Brasília na decisão de Silvio Santos de não exibir o SBT Brasil no sábado (23). O político confirmou ainda que, neste domingo (24), o programa do dono da emissora vai mostrar o vídeo da reunião do presidente Jair Bolsonaro com os ministros na íntegra.
"Mentira, mentira, mentira. Jamais houve reclamação do governo sobre a divulgação do famoso vídeo no SBT. O governo comemorou o vídeo. Jamais o Silvio aceitaria qualquer tipo de interferência. Tanto que o vídeo vai na íntegra hoje [24] no programa dele, que é o de maior audiência do SBT", escreveu Fábio Faria no Twitter.
O Notícias da TV ainda apurou com fontes que uma outra ideia de Silvio Santos seria exibir VTs da reunião da ministerial, um de 14 minutos depois do Eliana e outro de sete minutos, de madrugada, após o Poder em Foco. No entanto, tudo pode mudar a qualquer momento.
Na tarde de sábado (23), enquanto produziam o SBT Brasil, jornalistas da emissora foram surpreendidos com uma ordem de Silvio Santos: o telejornal não seria levado ao ar. Pessoas que trabalham na Redação de Jornalismo do SBT disseram que a principal motivação para o cancelamento seria evitar repercussões contra o presidente Jair Bolsonaro após a divulgação do vídeo da reunião ministerial na sexta (22).
De acordo com os funcionários da emissora, desde o início do sábado, já havia uma orientação de que o SBT Brasil estava proibido de noticiar repercussões referentes à conversa do presidente com seus ministros e que nada de Bolsonaro deveria ser citado. O jornal, no entanto, seria mantido "normalmente" na grade.
Mas durante a tarde, após uma reunião do alto escalão do Jornalismo, veio a informação de que o telejornal não seria colocado no ar. Apesar da ordem, a equipe continuou produzindo o noticioso normalmente, na expectativa de que a medida fosse revertida, o que não aconteceu. Todos foram dispensados às 19h30.
Na edição de sexta (22), dia que o vídeo foi divulgado, o SBT Brasil dedicou seis minutos para o vídeo do presidente com os ministros. Como comparação, o tema ocupou mais de 40 minutos no Jornal Nacional, na Globo.
Essa foi a primeira vez que o principal telejornal da emissora de Silvio Santos não foi transmitido desde 2005, quando entrou no ar --as exceções são os sábados de Teleton, maratona televisiva que ocupa mais de 24 horas. Na ocasião, a equipe de Jornalismo é mobilizada para contar histórias positivas de pessoas com deficiência.
Em comunicado em abril, Silvio Santos se referiu a Bolsonaro como "patrão" ao desmentir que teria indicado um nome para substituir o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
"A minha concessão de televisão pertence ao governo federal e eu jamais me colocaria contra qualquer decisão do meu 'patrão', que é o dono da minha concessão. Nunca acreditei que um empregado ficasse contra o dono, ou ele aceita a opinião do chefe, ou então arranja outro emprego", escreveu o dono do SBT.
Veja abaixo o tuíte de Fábio Faria:
Mentira, mentira, mentira.
— Fábio Faria 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 (@fabiofaria5555) May 24, 2020
Jamais houve reclamação do governo sobre a divulgação do famoso vídeo no SBT. O governo comemorou o vídeo.
Jamais o Silvio aceitaria qualquer tipo de interferência.
Tanto que o vídeo vai na íntegra hj no programa dele que é o de maior audiência do SBT.
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