Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Threads
BlueSky
Instagram
Youtube
TikTok

FENÔMENO DA NETFLIX

Filho de apresentador acusado de matar por audiência relança programa do pai

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM E REPRODUÇÃO/NETFLIX

Imagens de Willace Souza e de Wallace Souza nos cenários do programa Canal Livre

Willace Souza (à esq.) reestreia programa que seu pai, Wallace Souza (à dir.), apresentou até 2008

GABRIEL PERLINE

Publicado em 15/1/2020 - 5h29

Após ganhar projeção mundial devido ao sucesso da série documental Bandidos na TV, lançada pela Netflix em 2019, Willace Souza decidiu resgatar o programa Canal Livre, apresentado pelo pai, Wallace Souza (1958-2010). Ele reestreará o policialesco na tarde desta quarta-feira (15). Mas o rapaz de 25 anos promete não dar o tom sanguinolento e sensacionalista da versão original.

"Meu objetivo é resgatar o legado do meu pai", disse ele ao Notícias da TV. "Vi o quanto este programa era importante e o quanto ele fazia bem para a sociedade. Ajudava dependentes químicos a se internarem em clínicas de reabilitação, auxiliava famílias que não tinham o que comer. Nosso Estado é muito pobre, e o programa servia como opção de socorro para essas pessoas", afirmou.

A nova versão do Canal Livre passará apenas na internet, com exibição diária e ao vivo, das 16h às 17h, no YouTube e nas redes sociais. Willace mostrará as mazelas de Manaus (Amazonas), mas evitará repetir o estilo de seu pai, que explorava a violência urbana e exibia os corpos ensanguentados ou carbonizados sem qualquer restrição na imagem.

"Era um programa bem do estilo dos anos 1990 da TV brasileira. E agora tivemos que adaptar para a internet. Terá uma pegada mais leve, humorística, mas seguindo uma linha correta e imparcial", contou.

Exibido entre o final dos anos 1990 até 2008 na TV Rio Negro --que hoje é afiliada da Band no Estado--, o Canal Livre contava com um time peculiar de assistentes de palco e uma plateia muito interativa. Do original, foi resgatado apenas o boneco Galerito. O auditório ficou de fora por uma questão de segurança pessoal do caçula de Wallace Souza.

Sua família passou anos na mira de criminosos por conta do trabalho executado por seu pai. O documentário da Netflix mostrou uma longa investigação judicial contra Wallace, envolvido em uma trama absurda em que era acusado de encomendar assassinatos para exibir em primeira-mão em seu programa. Embora ajudasse muitas pessoas, o apresentador conquistou diversos inimigos, colocando em risco as vidas de sua ex-mulher e de seus filhos.

"Não quero que saibam o local onde estou gravando. Minha família já foi muito perseguida e eu tenho que tomar cuidado para não expor ninguém ao perigo por conta do meu trabalho", avisou o herdeiro.

Exposição mundial

A série Bandidos na TV virou um fenômeno na Netflix e durante semanas, na metade do ano passado, foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Willace diz ter concedido entrevistas aos diretores sem saber onde o documentário seria exibido e se surpreendeu com o retorno que a história sobre o pai lhe trouxe.

"Aí em São Paulo o povo assistiu?", perguntou ele, que demonstrou desconhecer a real projeção da produção. "Eu sei que aqui em Manaus o povo me parava na rua para me parabenizar por tentar defender a honra do meu pai. Tenho recebido mensagens de pessoas dos Estados Unidos, do Oriente Médio, do mundo todo, que ficaram impressionados com tudo o que ocorreu", relatou.

Embora o documentário não seja conclusivo se Wallace de Souza realmente mandava matar pessoas somente para exibir os casos em seu programa, o filho ficou satisfeito com o resultado.

"Gostei muito da maneira imparcial como a série abordou a história e por ter dado espaço para contarmos a nossa versão. Meu pai, onde quer que ele esteja, agora pode de fato descansar em paz", concluiu.

Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.