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ESTRATÉGIA FURADA

Fiasco total: Record decepa Pecado Mortal e espreme nove capítulos em um

REPRODUÇÃO/RECORD

O ator Fernando Pavão está sem camisa com os cabelos soltos em cena da novela Pecado Mortal, da Record

Carlão (Fernando Pavão) em Pecado Mortal: descamisado tem inúmeras cenas cortadas na reprise

MÁRCIA PEREIRA

marcia@noticiadastv.com

Publicado em 2/2/2024 - 6h10

A reprise de Pecado Mortal virou um monstro, com muitos pedaços decepados e uma trama tão veloz e furiosa que fica incoerente, impossível de entender. A novela estreou há exatamente um mês como uma estratégia da Record contra a Globo na faixa das 23h, uma semana antes de o BBB 24 entrar no ar. Logo vieram os cortes abruptos, mas o que estava ruim só piorou quando decidiram antecipar o final da história para 16 de fevereiro, condensando 176 capítulos em 34 episódios.

A edição galopante chega a prensar nove episódios em um único dia, como aconteceu na terça-feira (30). Nos 22 dias de exibição até a última quarta (31), a reprise já apresentou o conteúdo de 112 capítulos da versão original, que havia ido ao ar entre setembro de 2013 e maio de 2014.

Procurada pelo Notícias da TV, a Record não confirmou a data em que a trama terá seu último capítulo exibido nem comentou questionamentos da reportagem sobre os cortes feitos na novela nesta edição especial.

A emissora, porém, já divulga mudanças na programação de fevereiro na TV e em suas redes sociais. No lugar de Pecado Mortal, entrarão atrações diferentes a cada dia da semana, entre séries, filmes, programas jornalísticos e reality shows.

Nas próximas duas semanas --ou seja, em dez dias de exibição--, o público verá mais de 50 capítulos espremidos. Tudo indica que com o mesmo grau nada sutil que a edição especial tem usado até agora. Várias ações dos personagens ficam incompletas, e o telespectador já não tem mais como acompanhar a história, tamanha a lambança que está sendo feita.

A audiência é vexatória: a novela não conseguiu superar 3,0 pontos na Grande São Paulo em nenhum momento. Mas chegou a dar menos de 2,0 pontos no último dia 23, quando anotou 1,9. Além disso, a saga começou sendo exibida às 22h45, mas tem entrado cada vez mais tarde. Em dias de transmissão de futebol, vai ao ar depois das 23h30.

Os números baixos são apontados por fontes do Notícias da TV como o principal fator para reduzirem a exibição da novela tão drasticamente. Após fidelizar o público evangélico com suas novelas bíblicas, a emissora fez a trama escrita por Carlos Lombardi virar uma arma contra ela própria: um verdadeiro tiro no pé.

Originalmente, Pecado Mortal ficou no ar oito meses, com a exibição de 176 capítulos, mas já não havia registrado bons números na ocasião. Foi a única novela de Lombardi na emissora do bispo Edir Macedo.

O autor fez sucesso na Globo, principalmente na faixa das 19h, com títulos como Vereda Tropical (1984), Bebê a Bordo (1988), Uga Uga (2000), Kubanacan (2003) e Pé na Jaca (2006).

Vilão sai do armário no final

Além dos descamisados, marca registrada de Lombardi, Pecado Mortal traz uma história baseada na máfia carioca do jogo do bicho nos anos 1970, com famílias aliadas e rivais disputando território.

Conta ainda com policiais corruptos e uma boate com striptease --ambiente praticamente limado da reprise. Cenas de violência são as mais comuns e não foram tão cortadas como as de apelo sexual na edição especial.

Do jeito que a tesoura corre solta na reprise, é capaz de até o final que tirou o vilão Picasso (Vitor Hugo) do armário não ser exibido. Após passar a trama toda perseguindo o mocinho Carlão (Fernando Pavão), ele revelou que sempre fez o diabo para tê-lo por perto porque o amava. Confrontado pelo hippie, Picasso não teve coragem de cravar uma faca no peito dele e tirou a própria vida, morrendo nos braços de seu grande amor.


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