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Jornalismo

Em ano de crise, Globo 'congela' vagas de correspondentes internacionais

Reprodução/TV Globo

Delis Ortiz em uma das últimas reportagens da Globo em Buenos Aires, em dezembro de 2015 - Reprodução/TV Globo

Delis Ortiz em uma das últimas reportagens da Globo em Buenos Aires, em dezembro de 2015

DANIEL CASTRO

Publicado em 1/9/2016 - 6h41
Atualizado em 1/9/2016 - 7h14

Quando comunicou o retorno ao Brasil de correspondentes considerados "medalhões", como Renato Machado e Roberto Kovalick, o diretor-geral de jornalismo da Globo disse que o substituto para André Luiz Azevedo, representante da emissora em Lisboa, seria "anunciado a seu tempo". Isso foi em 25 de setembro de 2015. Passado quase um ano, esse tempo ainda não chegou. 

Discurso semelhante ocorreu na despedida de Delis Ortiz de Buenos Aires, após cinco anos, informada em dezembro. Ela seria substituída em breve. Esse breve também não chegou.

Em ano de crise econômica, a Globo "congelou" as vagas de correspondentes nas capitais portuguesa e argentina. E não tem pressa para colocar alguém na de Jerusalém, recentemente desocupada por Rodrigo Alvarez.

As vagas não foram fechadas. Mas não estão sendo ocupadas porque não são consideradas prioritárias. Uma crise na Argentina ou na Venezuela, territórios de Delis Ortiz, pode ser rapidamente coberta por jornalista baseado no Brasil, como já ocorreu em maio deste ano, quando José Roberto Burnier foi a Caracas registrar protestos contra o presidente Nicolás Maduro.

O congelamento das vagas completa um pacote de redução de gastos com correspondentes internacionais. No ano passado, a Globo decidiu trazer de volta Renato Machado, Roberto Kovalick, André Luiz Azevedo e Delis Ortiz, além de Helter Duarte e Renata Ceribelli, de Nova York. A vaga de Machado foi extinta, e suas funções no Bom Dia Brasil, assumidas por Cecília Malan. Os demais jornalistas foram substituídos por repórteres mais jovens, que ganhavam no máximo 30% dos medalhões.

A crise econômica que afeta duramente a mídia brasileira desde o ano passado não é tão severa com a Globo, que fatura cinco vezes mais que a Record, a segunda maior rede do país. A emissora, no entanto, prevê um 2016 difícil, de crescimento zero, mesmo com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No ano passado, a rede faturou R$ 730 milhões a menos do que em 2014.

Procurada, a emissora não comentou o assunto.


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