ANÁLISE
FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Renata Lo Prete no novo cenário do Jornal da Globo; funcionalidade não foi explorada na estreia
A Globo investiu pesado na divulgação do novo cenário dos três noticiários nacionais produzidos em São Paulo --Hora 1, Jornal Hoje e Jornal da Globo--, com direito até a uma entrada ao vivo de Renata Lo Prete no BBB 24. A estreia do espaço, porém, deixou a desejar --deu a impressão de que é "só" um telão gigante mesmo.
Ao apresentar as novas tecnologias na matéria que fechou o Jornal Nacional de terça (12), Renata havia prometido recursos de realidade aumentada (RA), inteligência artificial (IA) e uma experiência imersiva, que colocaria o público "dentro da notícia". Na prática, não foi o que se viu.
O único uso da RA foi em uma reportagem sobre baterias de carro. Mas o veículo virtual que "invadiu" (só um pouco) o cenário do JG já havia aparecido antes --justamente na prévia do recurso durante o Jornal Nacional--, tirando o efeito de novidade no noticiário da madrugada. Confira:
Veículo em realidade aumentada "invadiu" cenário do JG
O Fantástico, desde a década passada, já tem utilizado a RA de maneira bem mais imersiva --a revista eletrônica, claro, só é apresentada uma vez por semana, e sua equipe tem mais tempo para preparar um material diferenciado. Mas, por se tratar de uma grande estreia, o JG tinha deixado a expectativa do público lá em cima e não conseguiu entregar algo à altura.
No restante do jornal, o telão de LED "com quase 3 metros de altura por 15 metros de circunferência que envolve quase todo o estúdio", como Renata Lo Prete definiu durante o JN, foi usado como um telão normal --com dimensões megalomaníacas--, mostrando indicadores econômicos, jornalistas e comentaristas, ou elementos relacionados ao tema da reportagem da vez.
Um dos usos mais interessantes ocorreu durante a participação de Julia Duailibi para comentar a crise na Petrobras. O telão virou uma espécie de tabuleiro que apresentava os principais personagens do impasse e serviu de guia para a jornalista falar sobre a situação. Veja:
Julia Duailibi comentou a crise na Petrobras com ajuda do telão
Ainda assim, os mesmos personagens poderiam ter aparecido no telão menor do estúdio anterior, com uma versão menos exagerada da arte --que, aliás, revelou uma resolução de baixa qualidade quando as câmeras do JG deram zoom em Julia.
Outro problema decorrente da dimensão gigantesca do telão é que, para ressaltar o seu tamanho (impressionante, não dá para negar), as tomadas do telejornal precisavam ser muito abertas, a ponto de Renata Lo Prete parecer distorcida nos cantos da transmissão.
São ajustes que a Globo precisará fazer nos próximos dias, além de explorar o potencial das novas tecnologias que ela encheu a boca para divulgar aos quatro ventos, mas que, pelo menos na estreia, ficaram apenas na promessa --assim como alguns participantes do reality show no qual Renata fez ponta.
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