FILHO PRÓDIGO
Reprodução/Band
José Luiz Datena na edição de 29 de junho do Brasil Urgente, a última que ele apresentou na Band
Após uma derrota acachapante na eleição para prefeito de São Paulo, José Luiz Datena anunciou que vai largar a política de vez e se dedicar à carreira de apresentador. Fora do ar desde 29 de junho, por causa da lei eleitoral, ele vai conversar com a Band para acertar sua volta ao comando do Brasil Urgente. "Gostaria de voltar já nesta segunda-feira [7]", declarou neste domingo (6).
O retorno ao vídeo, porém, não será imediato: o ex-candidato pretende tirar algumas semanas de férias para recuperar as energias que gastou na campanha. "Não seria ético da minha parte nem da Band, ter um apresentador que foi candidato [antes do segundo turno]", apontou o comunicador, que está sendo substituído pelo filho Joel Datena.
"A minha intenção é nunca mais voltar à política e repensar também a minha carreira. Eu tenho que conversar com a emissora e ver qual vai ser o meu papel", afirmou ele, que teve sua imagem prejudicada depois de dar uma cadeirada em Pablo Marçal durante o debate promovido pela TV Cultura.
Com menos de 2% dos votos, muito abaixo do que apontavam as pesquisas, Datena admitiu que seu resultado foi ruim. "Foi péssimo! Foi horrível! Foi muito abaixo da crítica!", disse o político na sede municipal do PSDB durante a noite, antes mesmo do fim da apuração paulistana.
Ele também concordou que sua experiência à frente do Brasil Urgente e sua boa circulação com o público não se converteram em capital eleitoral. "Na campanha, não se encaixou o apresentador. Não se encaixou aquele cara que fala quatro horas sem parar. Não se encaixou no personagem do político. Não deu certo", lamentou.
Datena tinha sido lançado como pré-candidato a diferentes cargos nas quatro eleições anteriores, mas desistiu de todas elas. Em 2016, ele seria candidato a prefeito pelo PP. Em 2018, tentaria uma vaga no Senado pelo DEM. Em 2020, quando era filiado ao MDB, o apresentador quase foi vice-prefeito de Bruno Covas (1980-2021). E, em 2022, pensou em concorrer ao Senado novamente, dessa vez pelo PSC.
Ele alegou que não vai deixar o PSDB, mas que não tem planos de concorrer a nenhum pleito. "Não tenho tempo nem pretendo experimentar novas posições políticas, a não ser que o partido queira que eu ajude algum candidato que saiba se expressar politicamente", rebateu.
Por fim, Datena foi taxativo em sua posição de que não vai apoiar nenhum dos dois candidatos que avançaram para o segundo turno em São Paulo, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. "Até porque, pela minha quantidade de votos, não fará diferença nenhuma", minimizou.
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