'AME-O OU DEIXE-O'
DIVULGAÇÃO/SBT
Campanha nacionalista criada por Silvio Santos provocou revolta no Partido dos Trabalhadores
GABRIEL SOUZA
Publicado em 7/11/2018 - 16h40
Um grupo de três deputados do Partido dos Trabalhadores acionou a Procuradoria-Geral da República contra o SBT pela campanha publicitária que a emissora está veiculando em seus intervalos comerciais desde a tarde de terça-feira (6). Para os parlamentares, a emissora está "disseminando ódio" contra adversários de Jair Bolsonaro.
A campanha do SBT, idealizada por Silvio Santos, é composta por imagens de cartões-postais brasileiros em tons de verde e amarelo e termina com um locutor narrando frases nacionalistas. Uma das vinhetas era encerrada com a frase "Brasil: Ame-o ou deixe-o", conhecido slogan da ditadura militar. Ela foi tirada do ar após protestos nas redes sociais, mas as outras versões seguem nos intervalos.
Os deputados Paulo Pimenta, Paulo Teixeira e Wadih Damous pediram à Raquel Dodge, procuradora-geral da República, a suspensão imediata das propagandas. Também reinvindicam que o SBT seja proibido de produzir novas inserções com conteúdos semelhantes.
Para eles, a campanha nacionalista da emissora é uma violação da Lei de Segurança Nacional por representar uma "afronta à ordem constitucional vigente, à liberdade de expressão e ao direito constitucional das minorias".
Os parlamentares também alegam que "a propaganda veiculada dissemina ainda mais o ódio que vem sendo destilado contra adversários e minorias pelo grupo político vitorioso nas eleições presidenciais". Eles exigem que o SBT seja responsabilizado nas esferas civil, administrativa e criminal.
A série de vinhetas em apoio ao presidente eleito Jair Bolsonaro foi um pedido feito por Silvio Santos. Uma fonte do Notícias da TV relatou que o dono do SBT tenta manter a emissora como uma rede de apoio para o governante do país, independente do partido.
Durante a Ditadura Militar, por exemplo, a emissora transmitia o programete A Semana do Presidente, um boletim que valorizava viagens e feitos do homem mais poderoso do país à época. Críticas não eram aceitas. Segundo o colunista Flávio Ricco, do UOL, o programa pode voltar à grade do SBT em 2019.
A safra de mensagens nacionalistas gerou reações diversas nas redes sociais. Enquanto partidários de Bolsonaro defendem Silvio Santos e o chamam de "mito", defensores de candidatos derrotados nas últimas eleições acusam o empresário e sua emissora de fascismo.
Veja o vídeo da vinheta com o slogan da ditadura militar:
O que o SBT quer insinuar com isso? pic.twitter.com/s7Tc0ucrb2
— Alef de Lima (@limaalef) 6 de novembro de 2018
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