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SEM LAMENTAÇÕES

Datena não se arrepende de cadeirada em Marçal e diz que agressão foi pela sogra

REPRODUÇÃO/TV CULTURA

Datena fala em microfone com logo da TV Cultura

Datena em entrevista na TV Cultura; candidato do PSDB justificou agressão a Marçal em debate

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 16/9/2024 - 8h48

Logo após ser expulso do debate da TV Cultura por agredir Pablo Marçal (PRTB), José Luiz Datena (PSDB) declarou não se sentir arrependido da cadeirada que deu no rival. O candidato à Prefeitura de São Paulo justificou que partiu para as vias de fato porque a acusação citada pelo ex-coach, de assédio sexual, adoeceu a sogra do apresentador na época. "Achei que devia uma satisfação a ela", afirmou.

Datena foi abordado ainda dentro do Teatro B32, onde ocorreu o evento da TV Cultura, pouco tempo depois de ter sido retirado do debate por dar uma cadeirada em Pablo Marçal. "Eu queria saber como é que um cidadão que acha que eu cometi o que ele disse que eu cometi, de uma forma mentirosa", começou ele.

"Ele foi julgado e condenado pelo crime que ele cometeu de roubo virtual, eu não. Eu, de forma alguma, é só você consultar aí, para você ver que o caso foi todo arquivado", acrescentou, em relação à acusação de assédio feita pela repórter Bruna Drew em 2019.

O jornalista afirmou que a agressão foi como uma justificativa para sua sogra, que adoeceu e morreu na época em que a denúncia veio à tona. "Minha sogra morreu depois dessas acusações, durante esse período que todos nós da nossa família sofremos, com uma acusação de mentira e daí por diante. Ninguém suporta isso", afirmou.

"Ela teve três AVCs [acidentes vasculares cerebrais] e morreu muito por causa disso. Agora eu achei que devia uma satisfação a ela, por ter sido acusado por um canalha desse, que ontem mesmo me convidou para tomar um café, e eu me recusei a tomar um café com ele", revelou.

Ao final do breve papo, Datena confirmou que não lamentava a situação após ser questionado diretamente. "Você não se arrependeu?", perguntou a repórter. "Claro que não", disparou o candidato, na lata.

Motivo da agressão

Na saída do teatro, José Luiz Datena deu uma longa declaração à imprensa sobre a agressão e afirmou que Marçal havia pedido perdão para ele antes do debate de domingo (15).

"Na sexta-feira [13], o Pablo Marçal mandou uma mensagem pelo meu celular, mais uma vez, pedindo perdão pelas acusações que ele havia feito a mim e aos outros candidatos, e não incluía nada tão grave quanto isso que foi uma calúnia e difamação. Ele pediu perdão várias vezes na mensagem", alegou o apresentador.

"Disse que a gente parecia animais expostos ao zoológico. Acredito que nem tenha sido ele quem escreveu, porque estava muito bem escrito. E que a partir dali ele propunha que a coisa fosse civilizada dentro de um processo democrático", reforçou.

"Eu disse: 'se esses são os termos, para mim, tudo bem'. Mas ele tem que provar. Você tem que provar que realmente essa é sua intenção. Eu perguntei: 'É você mesmo? Estou estranhando que você tenha feito isso'. Ele respondeu: 'é eu mesmo'", assegurou.

"Passado isso, ontem [14] o assessor dele me ligou, Wilson, e pediu para que marcasse um café com ele no sábado. Eu não vou conversar com ele antes do debate. Como eu já havia dito, ele tem que provar que o nível desse debate vai ser um nível legal", afirmou.

Por isso que, quando me foi passada a palavra para que eu fizesse uma pergunta a ele, eu disse que a minha resposta seria o silêncio, que ele poderia ter a sua resposta ou a pergunta que na realidade ele respeitasse democraticamente o nível desses debates. Era para que ele entendesse e respondesse de uma forma civilizada.

"O cara veio me agredir com um processo que foi arquivado. Nem chegou a ser investigado pela polícia. A pessoa que me acusou pediu desculpas, foi registrada em cartório. Depois disso, foi pressionada... Jamais foi. Isso foi um processo contra a Bandeirantes, e eu fui chamado à lide do processo. Essa pessoa pediu R$ 500 mil para herança e perdeu o processo, inclusive trabalhista", disparou.

Datena alegou que é o apresentador que mais defende as mulheres no Brasil, e que apenas alguns órgãos publicaram a retratação após o processo ser arquivado. As consequências da acusação, no entanto, foram drásticas.

"Durante esse período, a minha sogra, que já não estava bem, sofreu três AVCs. Ninguém recebe uma acusação dessas dentro da família e fica incólume. Ela morreu depois de três AVCs. Muito por causa desses problemas que eu tive que responder por uma coisa que eu não devia, não devo e que não cometi. Jamais cometi uma barbaridade dessa contra mulher em momento nenhum. Jamais cometeria. Eu dou minha palavra de honra", assegurou.

"A partir do momento que eu me senti agredido ali, eu vi a figura da minha sogra. E, infelizmente, eu perdi a cabeça. Não devia ter perdido, podia ter simplesmente saído do debate, indo embora para casa que era muito melhor. Do mesmo jeito que eu choro como uma reação humana, essa foi uma reação humana que eu não pude conter", finalizou.


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