BARRADO NO GOVERNO
Reprodução/Fox News
O jornalista Jim Acosta, da CNN, discutiu com o presidente Donald Trump durante coletiva de imprensa
REDAÇÃO
Publicado em 16/11/2018 - 14h16
A rede de notícias norte-americana CNN ganhou nesta sexta-feira (16) o processo que moveu contra o presidente Donald Trump e seis assessores pelo direito de manter o jornalista Jim Acosta como seu correspondente na Casa Branca. O repórter teve sua credencial tomada depois de ser acusado pelo governo de ser violento contra uma estagiária.
Na sua decisão, o juiz Timothy Kelly alegou que a Casa Branca errou ao tomar a credencial de imprensa do repórter da CNN. A defesa de Trump até tentou afirmar que outros jornalistas do canal de notícias continuam com acesso às coletivas do presidente, mas o magistrado negou o argumento e afirmou que isso não é motivo para que a carreira de Acosta seja prejudicada.
A medida que devolve a credencial a Acosta é temporária, válida enquanto o processo corre na Justiça. O juiz Kelly não ficou totalmente do lado da CNN: ele alfinetou o jornalista por não ter cedido o microfone para outros colegas.
Em depoimento à imprensa assim que saiu do tribunal, Acosta agradeceu os colegas pelo apoio recebido, e ao juiz pela decisão. "Vamos voltar ao trabalho!", disse.
Trump, por sua vez, deu uma entrevista ao jornal The Daily Caller em que se referiu ao jornalista como "ruim para o país". "Ele é só um cara comum que tem a audácia de ficar de pé e gritar. Ele sequer sabe o que está perguntando na maior parte do tempo", criticou.
Entenda a confusão
Em uma coletiva realizada na Casa Branca no último dia 7, depois das eleições para o Senado e a Câmara dos Deputados norte-americanos, Donald Trump e Jim Acosta discutiram quando o jornalista da CNN questionou o presidente sobre a política de imigração do país e a interferência da Rússia no pleito presidencial de 2016.
Trump se recusou a responder as duas perguntas, disse que o jornalista já tinha dito o bastante e exigiu que ele soltasse o microfone. Uma estagiária da Casa Branca tentou pegar o microfone de Acosta, mas o jornalista se desviou dela e continuou tentando fazer suas perguntas.
A secretária de Imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que Acosta foi violento com a jovem funcionária. Ela barrou a credencial do jornalista e divulgou um vídeo em que ele parecia agredir a estagiária. Depois, outros veículos de imprensa mostraram que as imagens foram adulteradas e mostradas de um ângulo que simulava a agressão, que não ocorreu.
Após o desmentido, Sarah Sanders mudou seu discurso e disse que a credencial de Acosta foi suspensa porque ele tentou monopolizar o microfone durante a coletiva e que deveria dar chance para outros jornalistas fazerem suas perguntas.
Confira o vídeo adulterado pela Casa Branca (em inglês):
The Trump admin used doctored footage of CNN’s Jim Acosta to accuse him of assault and ban him from the White House. Here’s what actually happened pic.twitter.com/UwjCmJMle8
— NowThis (@nowthisnews) November 9, 2018
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