NO É DE CASA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Casagrande no Globo Esporte de sexta-feira (16): comentarista criticou a contratação do Robinho
Após alcançar grande repercussão ao fazer uma crítica à contratação de Robinho pelo Santos, no Globo Esporte de sexta (16), Walter Casagrande voltou a falar sobre o assunto no É de Casa deste sábado (17). Para ele, casos como o do jogador são situações que o brasileiro não pode mais aceitar calado. Casagrande acredita que o país vive um "show de horrores" com tantos escândalos morais.
Durante o É de Casa, Patricia Poeta e Ana Furtado chamaram o colega para comentar a suspensão do contrato de Robinho, anunciada pelo clube na noite de ontem, após uma reportagem do Globo Esporte divulgar gravações de uma conversa do jogador com um amigo. Nos trechos, Robinho debochou de ter abusado sexualmente de uma mulher na Itália.
"Tudo que eu tinha que falar em relação ao Robinho eu já falei. Era isso. [A contratação] Não deveria ter acontecido, [o Santos] não deveria ter começado uma negociação, [a situação] não deveria ter chegado ao ponto de os patrocinadores ameaçarem sair e a opinião pública reagir dessa forma", Casagrande começou seu discurso.
"Não era uma questão de futebol, era uma questão social, de justiça. A situação é gravíssima, ele tá condenado em primeira instância por nove anos, por violência sexual lá na Itália. Vai recorrer, o resultado sai em dezembro. Mas tem esse crime, e se agrava com as gravações, com tudo que apareceu numa reportagem muito forte. Não dava pra ficar assistindo de camarote as coisas acontecerem", explicou.
O comentarista afirmou que, no Brasil, muitas pessoas assistem aos problemas da sociedade "de camarote", preferem não se envolver e esperam que se resolvam sozinhos. Ele acredita que, durante a pandemia, problemas sociais se agravaram no país.
"Vieram pra fora muitos tipos de comportamente, pensamentos que a gente nem imaginava que existiam tão fortes assim, como racismo, feminicídio, violência sexual. Tá tudo borbulhando, e é um show de horrores. Eu não consigo ficar calado, tenho minhas convicções de vida e coloquei pra fora. O brasileiro não aguenta mais tantos escândalos, tanta violência contra a mulher. É muito ruim essa fase que estamos vivendo", desabafou.
Casagrande ainda disse ter ficado horrorizado com casos de feminicídio que viu em telejornais nos últimos dias e provocou outros famosos a se posicionarem também contra situações criminosas.
"O Brasil tá precisando mesmo de vozes. Existem pessoas no país com influência no trabalho que têm no esporte, na televisão, na música, jornalistas. Não é uma obrigação se posicionar, porque a democracia te dá a liberdade. Mas, no momento pelo qual estamos passando, acho que quanto mais vozes de reivindicação e resistência a tudo que acontece [tivermos], mais poderemos chegar num caminho, no futuro, pra conseguir um tipo de comportamnto melhor pra sociedade brasileira", declarou.
"Eu não to conseguindo aceitar qualquer sacanagem como coisa normal", ele disse, citando trecho da canção Bola de Meia, Bola de Gude, de Milton Nascimento. "Acho que a sociedade brasileira faz muito isso, e não pode", concluiu.
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