Jornalismo
Divulgação/TV Globo
William Bonner e Patrícia Poeta no Jornal Nacional em setembro, quando foi anunciada a saída da jornalista
REDAÇÃO
Publicado em 30/12/2014 - 5h54
A versão oficial da Globo de que Patrícia Poeta deixou o Jornal Nacional "ao completar três anos e como estava previsto ao assumir o posto" caiu por terra em uma entrevista de William Bonner. Segundo o editor-chefe do principal telejornal brasileiro, Poeta saiu do JN porque estava infeliz. "Aconteceu na carreira dela algo que eu vi acontecer dentro da minha casa com Fátima [Bernardes]. Ela entendeu que a felicidade profissional dela não estaria mais ali", disse Bonner na entrevista publicada ontem (29).
A declaração também contradiz a versão de Patrícia Poeta impressa no mesmo comunicado oficial da Globo: "Estou para completar 15 anos no jornalismo da Globo. E, agora, terão sido três anos maravilhosos, inesquecíveis no Jornal Nacional".
Em 15 de setembro, a Globo anunciou que Patricia Poeta, que assumiu o JN em dezembro de 2011, na vaga de Fátima Bernardes, seria substituída por Renata Vasconcellos a partir de 3 de novembro. A emissora também anunciou que Poeta terá um programa de entretenimento, a ser desenvolvido.
Nos bastidores da Globo, Bonner foi apontado como pivô da saída de Poeta, e sua declaração de que a colega não estava feliz na bancada está sendo interpretada na emissora como um ato falho, pois corrobora com essa versão. Em várias ocasiões, o apresentador do JN foi hostil à apresentadora, segundo profissionais que trabalharam com os dois. O desempenho desastroso de Poeta nas entrevistas com candidatos à Presidência da República foi o argumento decisivo para sua despedida.
Chefe de Bonner, o diretor-geral de Jornalismo e Esporte, Ali Kamel, também foi apontado como responsável pela saída da apresentadora do JN. Kamel e Amauri Soares, diretor de programação e marido de Poeta, têm uma antiga rivalidade profissional.
Em entrevista ao portal Terra, Bonner falou pela primeira vez sobre o assunto. "Foi um ano agitado pra gente no Jornal Nacional. A transição da Patricia Poeta para a Renata Vasconcelos se deu da forma mais suave possível. Disso eu não posso me queixar. Houve muita especulação. Teve culpa minha. Teve culpa de diretor. Eu vi de tudo", disse.
"E a verdade testemunhada por este cidadão, se é que eu ainda tenho alguma credibilidade, é que a Patricia Poeta decidiu fazer do Jornal Nacional um período profissional da vida dela importante. Ela queria uma Copa do Mundo, ela queria uma eleição, ela teve essa experiência e botou isso na carreira dela", justificou.
"Mas é fato! Aconteceu na carreira dela algo que eu vi acontecer dentro da minha casa com Fátima [Bernardes]. Ela entendeu que a felicidade profissional dela não estaria mais ali. (...) E o que ela queria profissionalmente era desempenhar uma nova função no entretenimento tal e qual fez Fátima Bernardes. Quem teria o direito de barrar essa vontade dela?”, concluiu.
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